Último artigo... em 2020.

Cachaças gaúchas - Foto: Aprodecana.

Neste último artigo do ano não vou falar das cachaças e bebidas destiladas gaúchas, dos destaques, dos prêmios, dos produtos ou das marcas. Quero falar um pouco dos profissionais e me solidarizar com os trabalhadores da cadeia produtiva da cachaça, não somente do Rio Grande do Sul, mas de todo o país, afinal nossa bebida é um orgulho nacional, não importa o Estado.

Em 2020 o ano foi difícil para o setor, desde a produção, a logística com falta de garrafas, caixas de transporte e produtos e outros itens essenciais, mas também na ponta do consumo, com a limitação das atividades ou mesmo o fechamento de bares, restaurantes, lojas e outros espaços, principal foco de muitas marcas e produtos e fonte do trabalho e da renda dos profissionais como bartenders, sommeliers e outros relacionados com a coquetelaria, gastronomia, turismo e eventos. A suspensão das feiras como a Expocachaça e outras também impactou em muito as atividades dos produtores e marcas.

Todos os destaques e medalhas gaúchas em 2020.

Buteco do Jay Extra Premium, Medalha Duplo Ouro. Foto - CN.

O ano de 2020 foi bastante complicado para a saúde em escala global com a pandemia Covid 19 em várias ondas e os consequentes impactos sobre a economia e o consumo, alterando em muitos casos de forma irreversível como as pessoas se relacionam umas com as outras e também com as marcas e produtos. Mas as cachaças gaúchas continuaram se destacando na preferência dos consumidores e nos concursos com várias medalhas, o que ajudou a amenizar os impactos negativos sobre as vendas, principalmente nas feiras que foram suspensas.

Em março, as gaúchas das marcas Leandro Batista e Weber Haus 7 Madeiras ficaram entre as escolhidas pela Cúpula da Cachaça na categoria Armazenada/Envelhecida. Na categoria Premium/Extra Premium a Casa Bucco Extra Premium e a Weber Haus Extra Premium 6 Anos foram as destacadas. Este concurso é realizado cada dois anos em três fases, iniciando com 250 cachaças indicadas pelos consumidores, 50 destacadas por especialistas de todo o Brasil e as 10 melhores escolhidas pelos componentes da Cúpula da Cachaça nas categorias pré definidas.

Envelhecimento e premiunização de cachaças.

Casacorba, Nova Roma do Sul/RS. Foto: Marketing.

Nota Importante - O conceito de premiunização de cachaças foi desenvolvido pela Drª Aline Bortoletto da Esalq/InovBev. Para conhecer mais sobre as suas atividades e cursos clique aqui.

Um dos grandes focos dos produtores é a destilação de cachaças com qualidades e características que destaquem e diferenciem as suas bebidas. Na legislação sobre a cachaça está definido o Padrão de Identidade e Qualidade, com a especificação dos contaminantes e congêneres. Para o controle destes limites é indispensável que os produtores realizem ao menos uma análise anual no início da safra, o que permite identificar e corrigir problemas nos processos.

Para a consistência da qualidade sensorial é indispensável um bom processo de produção, pois os padrões sensoriais dependem de muitas variantes, desde o cultivo da cana, intervalo entre a colheita e moagem, preparação adequada do mosto, fermentação controlada, destilação cuidadosa e o armazenamento e envelhecimento em barris adequados que é responsável por mais de 60% das características finais dos produtos.  Portanto, um dos enfoques dos produtores deve ser o controle dos seus processos de envelhecimento, permitindo a elaboração de produtos finais consistentes e coerentes com a proposta de valor da marca. É indispensável um bom processo de produção, mas também o uso de barris adequados com uma intenção igualmente planejada.

Weber Haus é destaque na 19ª edição do Concurso Vinhos e Destilados do Brasil.

Weber Haus - 14 medalhas.

Entre os dias 06 e 08 de outubro de 2020 aconteceu a 19ª edição do concurso Vinhos e Destilados do Brasil. Nesse ano, a premiação ocorreu no Bourbon Atibaia Resort, em Atibaia, São Paulo. O prêmio, que tem como objetivo reafirmar a qualidade do vinho nacional e destilados e estimular as vendas, contou com degustações às cegas e um júri formado por jornalistas e compradores de bebidas mundiais.

A premiação segue os ditames da OIV - Organização Internacional da Uva e Vinho - que recomenda que os prêmios/medalhas sejam outorgados para até 30% dos produtos inscritos. Estes ganhadores receberam medalhas Grande Ouro, Ouro e Prata. Os resultados do concurso foram divulgados no dia 28 de outubro através de uma live transmitida pelo youtube.

Cachaçaria Gaiteiro - Horizontina/RS.

O município de Horizontina no noroeste do Rio Grande do Sul, colonizado em 1927 por descendentes dos imigrantes alemães e mais tarde também por outras etnias, é considerado o Berço Nacional das Colheitadeiras Automotrizes. Em 1965, aqui foi produzida a primeira máquina brasileira deste tipo, sendo que até hoje é um polo industrial importante com uma grande indústria com capacidade de produção de uma colheitadeira por hora. Horizontina também é a cidade natal da supermodelo Gisele Bündchen e onde iniciou sua premiada carreira.

Destaques gaúchos no Concurso Vinhos e Destilados do Brasil 2020.

30 Luas Premium Weber Haus - Medalha de Ouro.

Mais uma vez o Rio Grande do Sul destacou-se no Concurso Vinhos e Destilados do Brasil. Este é um dos mais importantes concursos nacionais e nesta edição de 2020 foram inscritas 455 marcas, sendo 270 cachaças, 57 de outras bebidas destiladas como aguardentes, brandys, grappas, runs e licores, 128 vinhos e espumantes. As bebidas destiladas gaúchas foram premiadas com 22 medalhas entre as Duplo Ouro, Ouro e Prata.

Além das cachaças, nesta edição os gins da Weber Haus Antiqua e WH 48, a Grappa Aurora e o Rum Señor Weber também foram destaques com Medalhas de Ouro e Prata, comprovando a qualidade das bebidas destiladas no RS. A Weber Haus conquistou várias medalhas, assim como a Casa Bucco e a Cachaçaria Filippini, pequena destilaria do município de Erechim na Região do Alto Uruguai do RS.

Cachaças Wille com novo visual.

Com a saída do mercado da garrafa Paraíba, que tinha grande aceitação no universo da cachaça, muitas marcas foram obrigadas a reverem seus projetos substituindo as embalagens de seus produtos por outras que mantenham os atributos e o valor agregado percebido. No Rio Grande do Sul, uma das marcas que utilizava esta garrafa, inclusive conquistando o primeiro lugar no Concurso da Expointer 2019 - a maior feira do agronegócio e da agricultura familiar da América latina - é a Cachaçaria Wille do município de Poço das Antas.

Deputados gaúchos aprovam lei sobre a cachaça artesanal.

Foi aprovado na Assembleia Legislativa gaúcha o Projeto de Lei nº 159/2020 que estabelece o Programa Estadual de Incentivo à Cachaça da Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul e o selo Cachaça Artesanal Gaúcha. O projeto, anteriormente apresentado e retirado pelo Deputado Gabriel Souza, retornou como iniciativa do Executivo com a justificativa de que “a comercialização da cachaça artesanal produzida por agricultores familiares não pode ter tratamento igual às produzidas em larga escala pelos fabricantes industriais da bebida”. Para obter o selo, a produção máxima será de 20 mil litros, comercializada na propriedade, em feiras e em estabelecimentos que tenham o selo Revenda da Cachaça Artesanal Gaúcha.

Harmonie Schnaps amplia a linha de cachaças com blend Premium.

Foto - Douglas Hilgert.

A Harmonie Schnaps é uma das marcas gaúchas mais premiadas nos concursos nacionais e internacionais, tendo destaques em todas as cachaças, desde prêmios regionais aos reconhecidos no cenário nacional e internacional como a Expocachaça, Concurso de Vinhos e Destilados do Brasil e Concurso Internacional de Bruxelas.

Há algum tempo o alambique de Harmonia/RS anunciou o lançamento de uma nova cachaça e agora é oficial, já está disponível aos apreciadores e fãs da marca o novo blend de carvalho americano e amburana, que como define o mestre alambiqueiro Douglas Hilgert “foi criado com muito amor e carinho para unir o sabor intenso e sofisticado do carvalho com o suave e adocicado da amburana”.

Governo do RS desiste de aumentar o ICMS da cachaça.

Com a retirada do projeto de reforma tributária da Assembleia Legislativa gaúcha, o Governador Eduardo Leite desistiu da sua proposta “macro estratégica de redistribuição da carga” de reduzir de cinco para duas as alíquotas do ICMS o que impactaria no aumento do imposto de 18% para 25% para as cachaças, licores e vinhos no Rio Grande do Sul.

Mas esta decisão foi resultado da pressão dos setores que representam os produtores como a Aprodecana/RS – Associação dos Produtores de Cana-de-Açúcar e Seus Derivados do Rio Grande do Sul, IBRAC – Instituto Brasileiro da Cachaça, dos produtores e de toda a comunidade gaúcha que rechaçou o projeto do governo que previa o aumento geral dos impostos sobre bens de consumo básicos, desde alimentos, gás de cozinha e até sobre a erva mate.

13 de setembro - O dia que a cachaça conquistou a cidadania.

Foto - Paulo Vilela, Shutterstock.com

No dia 13 de setembro é comemorado pelos produtores, apreciadores e profissionais o Dia da Cachaça, bebida reconhecida como a mais antiga das Américas que surgiu entre 1516 e 1532 em algum lugar do litoral brasileiros das regiões Nordeste ou Sudeste. Fato histórico é que o primeiro alambique para produção em escala significativa foi o Engenho São Jorge dos Erasmos em São Vicente no litoral paulista - atualmente reconhecido como Patrimônio Nacional - e o primeiro registro de produção de 1532. Mas com certeza antes disso muita “aguardente da terra”, como era chamada no período colonial, já tinha passado pelas bicas dos alambiques do Novo Mundo.

Limana Poliserviços - Arte, tecnologia e qualidade.

A Limana é uma empresa de Jaguari no Rio Grande do Sul, reconhecida atualmente como uma das melhores fabricantes de alambiques e equipamentos para a cadeia dos derivados da cana-de-açúcar, com exportações para vários países latino americanos como a Argentina, Honduras, México, Paraguai e Uruguai, parcerias com institutos de pesquisas e laboratórios como a Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, Laboratório de Qualidade e Tecnologias em Bebidas da Esalq/USP de Piracicaba/SP, Embrapa Clima Temperado de Pelotas/RS e outros que utilizam os alambiques e destilarias da Limana.

Alambique Poço das Antas – Cachaça, agricultura familiar e desenvolvimento local.

Foto: @antoniosilviosommelier

O belo e acolhedor município de Poço das Antas no Rio Grande do Sul, está em terceiro lugar no Brasil na densidade de produtores de cachaça, com um alambique legalizado para 1.049 habitantes, conforme o Anuário da Cachaça 2020 do Ministério da Agricultura.

Colonizado por descendentes dos imigrantes alemães, localizado em uma região montanhosa com terrenos acidentados em forma de vale e cortado por córregos e riachos límpidos que pertencem à Bacia do Rio Taquari, o município tem tradição na produção de cana-de-açúcar pela agricultura familiar e além da cachaça também produz outros derivados como o melado.

Reformas tributárias federal e estaduais propõe aumento dos impostos da cachaça.

Canavial orgânico no Rio Grande do Sul. Foto - Antonio Silvio Hendges.

Entre as principais bandeiras dos atuais governos federal e estaduais em suas campanhas estavam as reformas tributárias que desonerassem a produção e o consumo e garantissem maior justiça na arrecadação e distribuição dos impostos , com a diminuição dos tributos que incidem diretamente nos preços finais dos produtos e repassados automaticamente aos consumidores como o IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados e o ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, este último com alíquotas diferentes para cada Estado o que dificulta a circulação interna de mercadorias e serviços.  

Mas quanto aos produtores de cachaças, aguardentes, licores e bebidas mistas, embora representem um setor fundamental para a economia, com a geração de quase um milhão de postos diretos de trabalho, estímulo aos desenvolvimentos econômicos e sociais locais, em grande parte sejam empreendimentos familiares, invistam em tecnologias e melhorias dos seus produtos, no desenvolvimento de novos mercados e tenham como atividade uma expressão genuína da cultura e da identidade nacional, as propostas de reformas tributárias ignoram e propõe o aumento da taxação.

O RS no Anuário da Cachaça e da Aguardente em 2020.

Marca institucional dos alambiques e produtores gaúchos.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA divulgou o Anuário da Cachaça e da Aguardente no Brasil em 2020, com os dados referentes aos estabelecimentos, produtos e marcas registradas em 2019, legalmente autorizadas para o comércio em todo o país. A cachaça e a aguardente de cana são regulamentadas por leis, decretos e instruções normativas que estabelecem a padronização da identidade e qualidade, assim como os critérios higiênicos e sanitários destes produtos – Lei 8.918/1994; Decreto 6.871/2009; Instrução Normativa nº 13/2005; Instrução Normativa 72/2018 e outros instrumentos legais.

No Anuário 2020 constam mudanças importantes em relação à edição anterior por adequações do método que identificou divergências em relação aos dados quanto aos estabelecimentos e produtos registrados, considerando o SIPEAGRO instituído pela Instrução Normativa 34/2015 do MAPA como o principal banco de dados complementado sem duplicações com o SIPE ORAFLEX, antigo sistema de registro de estabelecimentos e produtos que está em processo de desativação e a Instrução Normativa 72/2018 que dispõe sobre o registro de produtos. No país, o Anuário 2020 identificou o registro de 894 produtores de cachaça e 357 de aguardente com 165 estabelecimentos que produzem ambas, com 4003 marcas de cachaças e 701 de aguardentes.

Reforma Tributária do RS propõe aumentar imposto da cachaça e outros produtos.

Foto do arquivo enviada pela Aprodecana/RS.

Após a realização com a aprovação na Assembleia Legislativa da Reforma Administrativa, o Governo do Rio Grande do Sul anunciou no dia 14 de julho o projeto de Reforma Tributária proposta pelo Executivo para o RS. Com oito macroestratégias e apresentado pelo governo como um “conjunto de propostas estratégico e inovador”, os principais pontos estão relacionados ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS que atualmente é constituído de cinco alíquotas e será reduzido para duas, de 17% e 25%.

Na “Macroestratégia de Redistribuição da Carga” para as cachaças e vinhos que atualmente são tributados em 18% a proposta é elevar para 25%. A justificativa é que esse percentual tributário igualará aos já aplicados às outras bebidas, a eficácia operacional e a redução de custos. Outros produtos também terão aumento como o GLP que passará dos atuais 12% para 17%.

Todos os prêmios e destaques da Weber Haus.

Vista aérea da Weber Haus em Ivoti/RS.

A marca gaúcha Weber Haus é a destilaria mais premiada do Brasil e considerando o período em que participa dos concursos e competições, uma das mais premiadas internacionalmente, com mais de 100 prêmios e destaques a partir do ano de 2005 em toda a linha de produtos, composta com várias marcas de cachaças pratas e envelhecidas, diversos blends, bebidas mistas, gins e rum. Além das premiações de produtos a Weber Haus tem premiações em embalagens e como modelo de empreendimento e produção, abertura de novos mercados e exportação. Outro destaque dos produtos da Weber Haus é a certificação orgânica. São noventa e seis premiações e destaques de produtos e nove como empreendimento, totalizando cento e cinco reconhecimentos da excelência e qualidade das suas bebidas.

Marca gaúcha Coral Brasil lança aplicativo.

Em atividade desde 2012, a marca gaúcha Coral Brasil sempre buscou o espírito inovador, a educação dos consumidores e uma linha de produtos diferenciados sensorialmente, propondo uma relação muito próxima e de diálogo contínuo com os apreciadores. E parece que inovar é mesmo a disposição do proprietário, Pablo Alles Rey, uruguaio que reside há muitos anos no Rio Grande do Sul. Em plena crise da Covid-19 e com o aumento do e-commerce, a Coral Brasil lança o primeiro aplicativo do país de marca própria para venda direta e atendimento aos consumidores e pedidos dos pontos de venda.

Iguariaçá - São Borja/RS.

Foto: Itamar José Bernardi.

O empreendimento surgiu em 1998 com a necessidade de diversificar as atividades na propriedade rural, a Fazenda São José, localizada na BR 287, km 464, no Distrito de Iguariaçá em São Borja/RS. A lavoura de cana de açúcar inicialmente utilizada na alimentação do rebanho passou a ser destinada em parte à fabricação de cachaça. Dois anos depois, atenderam-se todas as exigências legais e obteve-se o registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA.

Alambique Berwanger - Estrela/RS.

A Família Berwanger produz cachaça há mais de 70 anos. A produção foi iniciada por José Berwanger, pai de Inácio Berwanger, atual sócio-proprietário. A propriedade pertence à família há mais de um século e a casa centenária do estilo enxaimel autêntico foi construída em 1898 pelo avô de Inácio, Mathias Henrique Berwanger. O cipreste plantado em frente da casa tem mais de 100 anos. Até o ano de 1998, era uma estrutura pequena, mas com seu primeiro registro oficial no ano de 1957 (livro n°2, que ainda está guardado, o livro n° 1 perdeu-se na história). A nova sede foi construída em 1999, com um espaço maior e o alambique em aço Inox.  A base da produção sempre foi a cachaça Prata, armazenada em barris de grápia com castanheira, e também a cachaça Ouro, armazenada em barris de Cabreúva. Toda a cana para a produção das cachaças Berwanger é cultivada na propriedade.

Destaque na produção de conteúdos para profissionais de bares.

O blog RS no alambique está entre os principais desenvolvedores e divulgadores de conteúdos para bartenders e o segmento de bares. O reconhecimento é do Mixology News, o mais importante portal da coquetelaria e da mixologia brasileira, com assessoria e consultoria em gestão de bares e cursos que valorizam os ingredientes e bebidas nacionais, inclusive as regionais. Certamente também é uma referência para Chefs e o segmento de restaurantes de qualidade.

Com a excelente justificativa de que "Boas referências e opiniões são importantes na formação de qualquer profissional na área de bar e isto ajuda no crescimento da categoria e amplia a visão para novos e velhos assuntos na coquetelaria", o Mixology News publicou como sugestão do Bartender Marcelo Pereira que se inspirou no prêmio de melhor conteúdo online do Tales of the Cocktail, uma relação das principais referências atuais de conteúdos online no Brasil e que contribuem para o desenvolvimento da  coquetelaria e da mixologia nacional.

Os Tropeiros e as cachaças gaúchas.

Registros raros dos últimos tropeiros. Fonte: Internet.

Os Tropeiros foram os principais responsáveis pelo transporte, distribuição e comércio das mercadorias no interior do Brasil durante mais de duzentos anos, do fim do Século XVII até o início do Século XX, de 1695 até em torno de 1935. Muitas cidades atuais foram fundadas ao longo dos caminhos das tropas de muares, animais de carga resistentes que percorriam grandes distâncias. Um dos produtos transportados era a cachaça, consumida nas áreas rurais, mas também nas vilas e cidades.

A ocupação definitiva do Rio Grande do Sul aconteceu a partir do Século XVIII com a introdução dos imigrantes açorianos. Em 1773, Domingos Fernandes Lima trouxe da Ilha da Madeira as primeiras mudas de cana e instalou-se em um local denominado Lagoa da Pinguela da Estância da Serra no atual município gaúcho de Osório, onde começou a produzir derivados da cana, inclusive cachaças. Com a imigração alemã a partir de 1824 e a fixação destes no território, a produção de cachaça ganhou escala com todas as colônias plantando a cana e elaborando seus derivados, atividade que provavelmente aprenderam com os açorianos. Uma única colônia, São Pedro no atual município de Dom Pedro de Alcântara no litoral norte do RS, em 1850 produziu 632 tonéis de 500 litros*.

Cachaça Maria João - Santa Rosa/RS.

Imagem - Marketing Maria João.

No município de Santa Rosa, noroeste do Rio Grande do Sul e quase na divisa brasileira com a Argentina, a cachaça Maria João é produzida desde 2013. A pequena propriedade familiar que originalmente produzia suínos foi adequada para o cultivo orgânico da cana de açúcar e a produção de cachaça a partir de estudos de viabilidade que buscavam não depender somente do mercado local ou dos preços estabelecidos pelas empresas frigoríficas.  A produção, totalmente orgânica, artesanal e familiar é de 20 mil litros anuais, mas há projetos para aumentar de forma gradativa nos próximos anos. As vendas são realizadas para consumidores, lojas, bares e restaurantes principalmente nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil.

Adquira suas cachaças de alambique Maria João - Clique aqui

Cachaçaria Pol - Marau/RS.

Produzida pela Família Pol desde 2008, em uma pequena propriedade rural localizada na Rota Turística das Salamarias, no município de Marau/RS, o empreendimento surgiu da amizade com um vizinho formado em enologia. Embora já aposentado, com ele aprendeu-se a produzir a cachaça, todas as características da propriedade se alteraram e a atividade principal começou a ser o cultivo da cana-de-açúcar. Além da produção de cachaça, no mesmo ano e local iniciou-se o desenvolvimento das atividades de turismo rural.

Clube Weber Haus, uma cachaça exclusiva para você.

Barris do Clube Weber Haus.

Iniciativa pioneira no país, o conceituado alambique de Ivoti/RS proporciona a experiência de escolher o tempo de envelhecimento de uma cachaça orgânica.

Imagine um barril personalizado, cheio com cachaça Premium ou Extra Premium de uma empresa que é referência nacional e internacional na elaboração de cachaças e outros destilados. Essa é a proposta da Destilaria H. Weber, de Ivoti/RS com a criação do Clube Weber Haus. A iniciativa pioneira no País é uma das ações comemorativas dos 70 anos do mais tradicional e premiado alambique artesanal gaúcho.

Casa Bucco Extra Premium entre as melhores cachaças do Brasil.

Casa Bucco Extra Premium Carvalho 12 anos.

A Casa Bucco está novamente entre as melhores cachaças do Brasil. Na segunda fase da IV Edição do Concurso da Cúpula da Cachaça em que sommeliers, especialistas e pessoas envolvidas com o universo da cachaça selecionam as marcas consideradas entre as melhores do país, a Casa Bucco Extra Premium Carvalho 12 Anos está entre as cinquenta escolhidas. Localizada no Vale do Rio das Antas em Bento Gonçalves/RS, a Casa Bucco produz desde 1925 cachaças e bebidas destiladas de alta qualidade e reconhecidas com muitas premiações nacionais na Expocachaça e Concurso de Vinhos e Destilados do Brasil e internacionais no Concurso Mundial de Bruxelas.

Weber Haus destaca-se na 2ª fase do Ranking da Cúpula da Cachaça.

Weber Haus Extra Premium 6 anos.

A Weber Haus, tradicional produtora de cachaças de Ivoti/RS, novamente se destacou no Ranking da Cúpula da Cachaça. Este concurso realizado a cada dois anos, tem diversas etapas. Na primeira são escolhidas as 250 marcas de cachaças preferidas dos consumidores através de voto direto na página da Cúpula da Cachaça. Na segunda fase são selecionados profissionais e pessoas envolvidas com o universo da cachaça que selecionam entre as escolhidas as 50 melhores. Na terceira fase os membros da Cúpula elegem a melhor em três categorias: prata, armazenadas e envelhecidas, premium e extra premium.

Na IV Edição do Ranking da Cúpula da Cachaça a Weber Haus demonstra novamente a qualidade e a competitividade dos seus produtos. Na primeira fase a preferência dos consumidores destacaram cinco rótulos e na segunda etapa foram selecionados três entre os indicados.

Cachaçaria Filippini - Erechim/RS.

Durante a colonização italiana para o Rio Grande do Sul no final do século XIX, o imigrante Erasmo Filippini, além da profissão de alfaiate, trouxe na bagagem a tradição da elaboração do vinho e da grappa. Ao chegar, instalou-se na região gaúcha conhecida atualmente como Alto Uruguai e conheceu a cana de açúcar.

Alguns anos mais tarde, na década de 1930 e incentivado por seu filho Ermelindo Filippini, iniciou a produção de cachaça na busca de um futuro mais próspero para sua crescente família. Nascia ali a paixão familiar pela fabricação de cachaça.

Cachaças e bebidas destiladas gaúchas premiadas em 2019.

Estande da Aprodecana na Expocachaça.

O ano de 2019 foi significativo para os destaques e premiações que mais uma vez as cachaças e bebidas destiladas gaúchas conquistaram nos eventos em que participaram e competiram. O Rio Grande do Sul têm-se demonstrado um polo produtor de cachaças de alta qualidade e as premiações recebidas em concursos nacionais e internacionais comprovam a capacidade dos produtores gaúchos, com várias marcas premiadas com medalhas de Ouro, Duplo Ouro e Prata em eventos e concursos renomados.

Na 29ª Expocachaça, a mais importante feira mundial deste segmento econômico, realizada anualmente em Minas Gerais, as cachaças gaúchas conquistaram oito medalhas, quatro de Ouro nas categorias Extra Premium, Madeiras Brasileiras, Blend e Carvalho Francês e três de Prata nas categorias Madeiras Brasileiras, Blend e Carvalho Francês.

Velho Alambique com nova identidade visual.

As cachaças Velho Alambique estão entre as mais premiadas e reconhecidas do Rio Grande do Sul, com várias Medalhas de Ouro e Prata nos concursos nacionais e internacionais em que participaram, como o Concurso Internacional de Bruxelas, Expocachaça e Concurso de Vinhos e Destilados do Brasil. Produzidas com canas nativas orgânicas cultivadas no Vale do Rio Taquari em Santa Tereza/RS, a linha é composta de cachaças Premium em amburana, blend (angico, carvalho e grápia) cabriúva, carvalho e prata.