quarta-feira, 20 de março de 2019

Cachaça e meio ambiente.

A cachaça de alambique é um produto fundamental para a economia brasileira. Aproximadamente 40 mil produtores que com base na agricultura familiar, geram trabalho e renda para quase um milhão de pessoas, mais de 4.500 marcas registradas que abastecem um mercado de 87% das bebidas destiladas no Brasil. Como toda atividade, a produção de cachaça tem aspectos ambientais e gera impactos que precisam ser identificados e controlados, evitando-se problemas ao meio ambiente e preservando a saúde dos consumidores, assim como a própria qualidade e responsabilidade socioambiental do produto.

No cultivo da cana de açúcar, a adequação às características topográficas e físicas dos solos previne a degradação, erosão, compactação e assoreamento das nascentes de água próximas, protege as áreas adjacentes como matas e a fauna nativa e preserva a capacidade de produção através da adubação orgânica e do cultivo de variedades adaptadas. Na colheita, evita-se a queima e utilizam-se a palha da limpeza dos colmos e as pontas na proteção dos solos ou na alimentação de animais. O transporte também requer atenção, evitando-se grandes distâncias entre as plantações e destilarias.

Na moagem, o principal resíduo da extração do suco é o bagaço, utilizado como combustível nas caldeiras de aquecimento ou para compostagem e uso posterior como adubo orgânico nas plantações. É indispensável atenção aos efluentes da limpeza da cana e dos equipamentos e ao óleo utilizado na lubrificação do moedor. A filtração, a decantação e a fermentação produzem alguns resíduos de baixo impacto, mas que também são encaminhados para estações de tratamento adequadas e as águas devolvidas limpas ao meio ambiente.

A destilação é a etapa em que são gerados os resíduos com maiores impactos ambientais. A combustão para aquecimento dos alambiques produz cinzas utilizadas na correção da acidez dos solos, dióxido de carbono e materiais particulados que contém compostos orgânicos e requerem a instalação de filtros. As águas utilizadas no resfriamento precisam de cuidados para não alterar a temperatura dos cursos em que são descartadas. As frações separadas no processo de destilação (cabeça e cauda) necessitam tratamentos adequados com a utilização na produção de etanol combustível ou fertilizantes. O resíduo final da destilação (vinhaça ou vinhoto) tem potencial poluente elevado, acidez e corrosividade, demanda bioquímica de oxigênio alta e temperatura elevada. Mas também pode ser utilizado como fertilizante ou na suplementação alimentar de animais.

O armazenamento e o envelhecimento realizado em dornas de inox e barris de diversas madeiras não têm impactos ambientais significativos, mas é indispensável atenção à origem das madeiras utilizadas na fabricação dos tonéis, nativas da Mata Atlântica ou da Amazônia, são árvores de crescimento lento, restritas aos remanescentes florestais e nichos ecológicos específicos. Um dos problemas que se apresentam no horizonte da cachaça é o desenvolvimento de uma tanoaria brasileira sustentável, ambientalmente responsável e certificada.

No engarrafamento, os aspectos ambientais estão relacionados à produção das embalagens, tampas, rótulos, caixas, plásticos e formas de acondicionamento para o transporte. A logística reversa das embalagens usadas não é praticada de forma sistemática, principalmente pelas dificuldades logísticas de sua implantação e o alto custo econômico para os pequenos e médios produtores. A distribuição realizada através de transporte rodoviário gera gases de efeito estufa como o CO2, mas o cultivo da cana também absorve estes gases durante o crescimento, havendo uma compensação entre estes dois aspectos ambientais do ciclo de produção e consumo da cachaça.

Para conhecer em detalhes os aspectos e impactos ambientais da cachaça clique aqui.


Cachaça and environment

The artisanal cachaça is a fundamental product for the Brazilian economy. Approximately 40 thousand producers based in the familiar farming generate employment and income for almost one million people, more than 4500 registered brands, which supply 87% of the Brazilian spirits market. With all this activity, the cachaça production has environmental issues and causes impacts that must be identified and controlled, in order to avoid problems to the environment and preserve the consumers’ health, as well as its own quality and the socioenvironmental responsibility of the product.

In the sugarcane cultivation, the adaption to the soils’ topographic and physical characteristics avoids their degradation, erosion, compaction and silting of the near water sources, protects the surroundings areas, such as the forests, and native fauna and preserves the production capacity through organic fertilization and cultivation of suitable varieties. In the harvest, the straw is not burning: it is utilized for cleaning the sugarcane stalks. The parts with little sugar (upper parts) are used in the soil protection and in the animal feeding. The transportation needs attention, avoiding big distances between the plantation fields and the distilleries.


The main residue in the sugarcane juice extraction is the bagasse, used as fuel in heating boilers or for composting and further use organic fertilizer in the plantations. It is essential attention to the effluents in the cleaning of the sugarcane and equipaments and to the oil used in the lubrificatuon of the grinder machine. The filtration, decantation and fermentation produce some low impact residues that are channelled to suitable treatment plants and the water returns clean to the environment.

The distillation is the stage in which the residues with bigger environmental impacts are generated. The combustion for heating of the still produces ashes used in the correction of the soils acidity, carbon dioxide and particulate materials, which have organic compounds and require installation  of filters. The water utilize in the cooling of the stills need attention in order to avoid changing the temperature of the watercourses where it is discarded in. The fractions separated in the distillation (head and tail) need appropriate treatment with utilization in the production of fuel ethanol and fertilizers. The final distillation byproduct (vinasse) has high acidity, corrosiveness and polluting potencial, high oxygen biochemical demand and temperature. However, it can be used in supplementary food for animals and fertilizer.

The storage and ageing is done in stainless steel tanks and in casks of various woods and does not cause any significant environmental impact, but it is essential attention to the origin of the woods used in the casks manufacturing, native of the Atlantic Forest or Amazônia, are slow growing trees, restricted to remaining forests and specific ecological niches. One problem in the future of the cachaça is the development of a Brazilian copperage environmentally responsible, sustainable and certified.

In the bottling, the environmental aspects are related to the production of packagings, bottle covers, labels, boxes, plastics and storage forms for transportation. The reverse logistics of the used bottles is not practiced in sistematic form, primarily for the logistics difficulties in its implatations and the high economic cost for small and medium-sized producers. The distribution done by road transport generates greenhouse effect gases, such as CO2, but the sugarcane cultivation absorbs these gases during its growing, compensating between these two environmental aspects of the cachaça production and consumption cycle.

To know in details the environmental aspects and impacts of cachaça click here.
(text in Portuguese).

English Version: Gustavo Carvalho Hendges. Email: gc.hendges@gmail .com

quinta-feira, 14 de março de 2019

Weber Haus consolida participação no mercado japonês.

Weber Haus amburana, preferida no mercado japonês.
Empresa gaúcha apresentou seus destaques na última edição da Foodex Japan.

Com forte atuação no mercado japonês, a destilaria gaúcha Weber Haus participou da Foodex Japan 2019 para apresentar os seus destaques. Considerada a maior exibição de bebidas e comidas da Ásia, a programação reuniu mais de três mil expositores e um público de 85 mil visitantes entre os dias 5 e 8 de março.

Segundo Denise Hörlle, gerente de vendas internacionais da Weber Haus, a empresa já atua no Japão há 6 anos, com um mercado consolidado na área de produtos Premium. " Nosso distribuidor trabalha com um total de 10 produtos somente Premium", reforça a executiva. As cachaças envelhecidas em Amburana, Carvalho e Canela Sassafrás são as bebidas preferidas dos japoneses, sendo disponibilizadas em supermercados gourmet, bares e restaurantes.

Com a presença na Foodex, Denise destacou a importância da interação com o público consumidor para que o mesmo pudesse conhecer novas bebidas, ampliando ainda mais a participação da empresa nesse mercado. "Estávamos com estande próprio, facilitando essa interação. No local, havia uma estação de cachaça onde era possível degustar o produto puro, além de provar nossas caipirinhas", lembrou Denise.

Sobre a H. Weber

Conhecida nacional e internacionalmente pela produção de cachaça artesanal, hoje a Weber Haus já coleciona mais de cem premiações ao redor do mundo. Com canaviais próprios em Ivoti, interior do Rio Grande do Sul, a destilaria atua em 23 estados, além do Distrito Federal. Destaque para São Paulo, além de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Paraná e Rio Grande do Sul.

No mercado internacional, tem forte atuação nos Estados Unidos, com produtos em 17 estados daquele país. A marca está presente ainda na Alemanha, Áustria, Bélgica, Canadá, China, Dinamarca, Eslovênia, França, Holanda, Itália, Japão, Luxemburgo, Noruega, Suécia e Turquia.

Fonte:  Taís Dihl, Assessoria de Comunicação da Weber Haus.