No dia 13 de setembro é comemorado pelos produtores, apreciadores e profissionais o Dia da Cachaça, bebida reconhecida como a mais antiga das Américas que surgiu entre 1516 e 1532 em algum lugar do litoral brasileiros das regiões Nordeste ou Sudeste. Fato histórico é que o primeiro alambique para produção em escala significativa foi o Engenho São Jorge dos Erasmos em São Vicente no litoral paulista - atualmente reconhecido como Patrimônio Nacional - e o primeiro registro de produção de 1532. Mas com certeza antes disso muita “aguardente da terra”, como era chamada no período colonial, já tinha passado pelas bicas dos alambiques do Novo Mundo.
A data faz referência à Carta Real de 13 de setembro de 1649
que proibiu a produção e comércio da cachaça no território brasileiro, então colônia
portuguesa. Mas em 1660, os produtores do Rio de Janeiro, indignados com a
proibição, os impostos e a perseguição oficial por produzirem e comercializarem a cachaça revoltam-se
e tomam o poder por cinco meses. Em 1661 a Corte Portuguesa libera finalmente a produção, comércio e uso da cachaça em toda a colônia, a data exata ainda não se sabe. Este foi um dos primeiros
movimentos de insurreição nacional contra a dominação e controle exclusivo das
leis e impostos pela metrópole portuguesa, a Revolta da Cachaça.
Engenho São Jorge dos Erasmos, primeiro alambique registrado no Brasil. Fonte - Santos Turismo.
Atualmente a cachaça é reconhecida como uma bebida genuinamente
brasileira, indispensável para a economia com a geração de 800 mil postos de
trabalho, produção anual superior a dois bilhões de litros, mais de quatro mil
marcas legalizadas, desde populares às cachaças Extra Premium e com alta
qualidade, reconhecidas e premiadas em eventos e concursos internacionais,
inclusive pela sustentabilidade e responsabilidade social da sua cadeia de
produção.
No entanto, atualmente também existem ameaças com a
possibilidade assumida pelos governos federal e estaduais de aumento dos principais
impostos – IPI e ICMS - nas reformas tributárias propostas, colocando a cachaça
como um produto em que predominam as externalidades negativas ao seu consumo,
desconsiderando sua importância e possibilidades econômicas, a sustentabilidade
da sua produção e a influência histórica e cultural para a nossa identidade
nacional.
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