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terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Rio Grande no Alambique e Bebo Cachaça formam parceria.

2024 já chegou para o universo das cachaças e bebidas destiladas gaúchas, a parceria com a loja online Bebo Cachaça para a divulgação dos conteúdos do blog Rio Grande no Alambique na página da loja faz parte da proposta de disponibilizar informações sobre os seus produtos com educação para o consumo qualificado e o atendimento personalizado dos clientes. Essa parceria profissional trará muitas novidades para as cachaças de alambique gaúchas.

O blog Rio Grande no Alambique é o maior acervo digital sobre a história, a cultura e o consumo da cachaça de alambique no Rio Grande do Sul. Aborda também outras bebidas destiladas gaúchas, mas a cachaça e o cultivo da cana-de-açúcar no RS é o principal assunto. Tem mais de 150 mil acessos no Brasil, Alemanha, Rússia, França, Reino Unido e Portugal com destaque para os EUA e a comunidade brasileira americana em segundo lugar no total de acessos.

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

2º Festival da Cachaça de Ivoti/RS.

Imagem: @festivaldacachacaivoti no Instagram.
Realizado em dois fins de semana, 06 a 08 e 13 a 15 de outubro, este segundo evento consolidou o festival como uma referência nacional para a divulgação da cachaça, da coquetelaria e da gastronomia gaúcha. As estrelas da festa foram as três cachaçarias do município: Bockorny, Casa Buchmann e Weber Haus.

A programação agradou aos diversos públicos que aproveitaram a oportunidade para degustar e escolher suas cachaças preferidas diretamente nos estandes das cachaçarias e também para conhecerem a cultura e a culinária local e regional. Algumas novidades foram apresentadas como o chope, a geleia de laranja e o queijo colonial maturado na cachaça, todas as receitas foram um sucesso.

Também o lançamento da cachaça Três Flores, um blend colaborativo entre as três cachaçarias do município – Bockorny, Casa Buchmann e Weber Haus – marcou esta segunda edição do festival. A presença da Tanoaria Leuck, a mais antiga do Rio Grande do Sul em atividade desde 1827, foi outro atrativo deste evento.

Três Flores Blend Colaborativo. Clique aqui.

O Concurso de Coquetéis com a participação de diversos bartenders gaúchos demonstrou a versatilidade das cachaças e a criatividade dos profissionais que atuam nos bares do Rio Grande do Sul. O resultado teve em 1º lugar Anderson Martins, 2º lugar Rafael da Rosa e em 3º lugar Pedro da Luz.

Queijo colonial maturado na cachaça de amburana Weber Haus.
Imagem: Débora Ertel/GES Especial/Jornal NH. Clique aqui.

A realização de vários shows desde música regional gaúcha às atrações nacionais complementaram a programação deste evento que já deixou todos animados para a realização do 3º Festival da Cachaça de Ivoti em 2024.

Adquira as cachaças Bockorny e Weber Haus na loja online Bebo Cachaça.

Clique aqui.

terça-feira, 12 de setembro de 2023

13 de setembro - Cachaça e cidadania.

Engenho São Jorge dos Erasmos em São Vicente/SP.
Imagem: https://www.engenho.prceu.usp.br/
No dia 13 de setembro é comemorado pelos produtores, apreciadores e profissionais como os Sommeliers e Masters Blenders o Dia da Cachaça, bebida reconhecida como a mais antiga das Américas que surgiu entre 1516 e 1532 em algum engenho desconhecido do litoral brasileiro das regiões Nordeste ou Sudeste.

Fato histórico é que o primeiro alambique para produção em escala significativa foi o Engenho São Jorge dos Erasmos em São Vicente no litoral paulista, atualmente preservado como Patrimônio Nacional. Mas com certeza antes disso muita “aguardente da terra”, como a cachaça era chamada no período colonial, já tinha passado pelas bicas dos alambiques do Novo Mundo.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Bebo Cachaça - Cachaças de alambique, bebidas destiladas e azeites de oliva do Rio Grande do Sul.

O Rio Grande do Sul é um importante produtor de cachaças de alambique e outras bebidas destiladas como a grappa, gin e licores. São 53 alambiques registrados no Ministério da Agricultura que representam 5,66% dos estabelecimentos do país, localizados em 44 municípios de todas as regiões do Estado. Em relação à cachaça, o RS está em 4º lugar no registro de produtos com 333, média de 6,3 por estabelecimento. No total de marcas também está em 4º lugar com 408 que correspondem a 1,23 marcas para cada produto registrado.

Outro setor da produção que o Rio Grande do Sul recebe destaque é o cultivo de oliveiras e a produção de azeite. É o maior produtor do país com 75% da produção nacional e olivais implantados na metade sul e no oeste do Estado. A qualidade é reconhecida pelos vários prêmios recebidos em concursos internacionais, competindo com azeites da Itália, Grécia e outros países.

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

A Cachaça e a Revolução Farroupilha.

Modelos de barris utilizados nas colônias gaúchas.
Fonte: Caprara: Luchese, 2005. Página 187.

Durante quase 10 anos, de 20 de setembro de 1835 a 28 de fevereiro de 1845 o Rio Grande do Sul se insurgiu contra o governo central brasileiro então representado pelo Império. No início os revoltosos pretendiam apenas substituir o governo da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, principalmente o Presidente Antônio Rodrigues Fernandes Braga e o Comandante das Armas Marechal Sebastião Barreto Pereira Pinto que atacavam os liberais republicanos e não davam nenhuma importância às reivindicações de melhorias administrativas, econômicas, tributarias e sociais dos rio-grandenses.

Para os imperiais o Rio Grande do Sul era uma província que devia ficar subordinada ao papel de produtora de alimentos e matérias primas para consumo nos centros hegemônicos relacionados às economias mineradora e cafeeira do sudeste. Isso fazia com que as possibilidades de desenvolvimento ficassem subordinadas ao ritmo e lógica destes setores centrais. Ou seja, a economia gaúcha era periférica ao exercer um protagonismo de menor importância na geração e acumulação de riquezas da economia nacional. Estas condições levaram a revolta dos gaúchos que organizaram um exército revolucionário e passaram ao enfrentamento das tropas imperiais com grandes vitórias em diversas batalhas.

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Weber Haus construirá nova fábrica e ampliará produção em 800%.

Foto - Antonio Silvio Hendges
A tradicional destilaria de Ivoti/RS que produz cachaça, gim, rum e bebidas mistas investirá 35 milhões de reais em seu novo projeto que na sua concepção utiliza ferramentas da Nasa para a análise e projeção. As operações da nova fábrica serão totalmente informatizadas seguindo os modelos da indústria 4.0 e pretende no prazo de 10 anos ampliar a produção em 800% para mais de dois milhões de litros/ano de bebidas destiladas.

O objetivo com o novo projeto é ampliar a participação da empresa no mercado externo no qual a Weber Haus já exporta para 27 países, mas também o mercado interno que de acordo com as projeções crescerá bastante e de forma constante nos próximos anos.

domingo, 10 de julho de 2022

Lançamento oficial do livro (Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas.

Autores agradecem a equipe, patrocinadores e produtores gaúchos.

No dia 07 de julho de 2022 aconteceu o lançamento oficial do livro (Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas – Cultura e história da cachaça no Rio Grande do Sul que resgata a importância desta bebida e do cultivo da cana-de-açúcar para a formação cultural, econômica e histórica do Estado. Publicado com apoio da Lei de Incentivo à Cultura estadual, este trabalho dos autores Antonio Silvio Hendges e Leomar De Bortoli tem o apoio da LNF Latino Americana, Multimóveis, PCR Metais e RG Inox que possibilitaram a pesquisa realizada pelos autores e a publicação pela Facchin Editora. A produção cultural é da Atlanthica Associação Cultural e Literária dos Amigos da Natureza, História, Cultura e Arte do município de Bento Gonçalves na Serra Gaúcha.

segunda-feira, 18 de abril de 2022

Talk Show das Cachaças Gaúchas na 14ª Envase Brasil.

14ª Envase Brasil, Bento Gonçalves/RS.
A Envase Brasil é uma feira organizada para facilitar a geração de novos negócios entre os principais fornecedores de tecnologias, produtos e serviços no setor de embalagens na América Latina com enfoque na apresentação de máquinas, equipamentos e soluções para as indústrias de bebidas e alimentos, vinhos, espumantes, sucos, refrigerantes, cervejas, água mineral, cachaças e destilados, azeite de oliva, laticínios e seus derivados.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Bolichos e pulperias no sul do mundo.

Pulperia, ilustração de Rodolfo Ramos.

O bolicho de campanha era o local que servia como armazém para os gaúchos que residiam distantes dos centros comerciais, geralmente peões, capatazes e alambradores das estâncias. Também eram os pontos de paradas onde os araganos e andarilhos do sul do continente descansavam, alimentavam os cavalos, encontravam charque, bolachas, rapaduras e outros alimentos e claro tomavam um trago de cachaça, “um gole de pura pra espantar o calor”. Telmo de Lima Freitas, compositor gaúcho.

Existiam dois tipos de bolichos, os que vendiam cachaça e vinho, também conhecidos na campanha como pulperias, influência dos espanhóis da região do Rio da Prata e norte da Argentina e do Uruguai, o balcão era protegido por grades, pois que por ali se achegavam além dos peões, uns araganos, gaudérios, gaúchos andarilhos vindos lá do outro lado do rio, uns até meio mal encarados que traziam lanças e adagas... Traziam também guitarras pampeanas e eventualmente gaitas de oito baixos. nas regiões dos imigrantes açorianos e italianos eram conhecidas como bodegas. O outro tipo era o armazém, que vendia de tudo, desde itens de montaria ao café, erva mate, farinhas, fumo em corda, sal, tecidos rústicos, velas, remédios e claro também a cachaça e o vinho que chegavam através dos tropeiros ou dos carreteiros que distribuíam as mercadorias nas longínquas estâncias do interior gaúcho.

Esta cachaça procedia das colônias de imigrantes açorianos, alemães, italianos e poloneses onde era também negociada por mercadorias indispensáveis aos imigrantes. A cachaça foi a primeira moeda de troca utilizada em grande escala no Rio Grande do Sul.


El Boliche de Virtú, ilustração de Mario Zavattaro. 


Os bolichos também eram o centro da vida cultural e social de muitas comunidades e estâncias.  Além das bailantas animadas por acordeons e guitarras campeiras, sempre existia uma cancha reta para a disputa das carreiras dos cavalos, um local para brigas de galos, mesas para o jogo de cartas e uma cancha de Tava, o famoso jogo do osso das regiões fronteiriças do Rio Grande do Sul. Saiba mais sobre o jogo da Tava - Clique aqui.

Onde tinha um bolicho ou uma pulperia existiam árvores, cavalos, músicas, danças e gaúchos de passagem. Geralmente era uma casinha humilde e isolada, o ponto de chegada de quem troteava em um longo caminho do Pampa, da Campanha ou das Serras com fome e sede, apeava e espichava as pernas e refrescava a goela com um trago de canha.

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sábado, 8 de janeiro de 2022

A cultura e a história da cachaça no Rio Grande do Sul.

Leomar De Bortoli e Antonio Silvio Hendges. Foto: Zeto Teloken.

(Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas - Cultura e história da cachaça no Rio Grande do Sul é o nome do livro impresso e digital que será lançado no mês de abril, assinado pelos professores Antonio Silvio Hendges e Leomar De Bortoli, com uma pesquisa extensa nas cachaçarias, colecionadores, museus e tanoarias e regiões produtivas gaúchas.

Esse projeto cultural, que conta com financiamento do Pró Cultura – Governo do Estado do RS e realização da Associação Atlanthica resgatará a história, características, madeiras, peculiaridades sensoriais, gastronomia, coquetelaria, variedade, métodos, principais produtores e marcas das cachaças de alambique do Rio Grande do Sul, reconhecidas e premiadas em eventos e concursos nacionais e internacionais como bebidas destiladas de excelência.

Segundo os pesquisadores, “o cultivo da cana de açúcar e a produção de cachaças foram fundamentais para a sobrevivência e a economia das diversas colônias de imigrantes açorianos, alemães, italianos e outros que se fixaram no território do Rio Grande do Sul, nos séculos XVIII e XIX”. Também a importância dos tropeiros na distribuição e trocas de mercadorias tendo a cachaça como moeda está sendo abordada no livro, em uma perspectiva fundamental do desenvolvimento histórico e econômico regional.

A agricultura familiar orgânica como método de produção será outro destaque como um diferencial importante da qualidade das cachaças e bebidas destiladas no Rio Grande do Sul. A descrição dos produtores e principais marcas atuais têm como objetivo descrever o panorama da produção gaúcha de cachaças de qualidade, divulgar e incentivar o turismo personalizado nos alambiques e áreas de produção.

Os responsáveis pelas pesquisas e redação do livro (Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas são os professores Antonio Silvio Hendges e Leomar De Bortoli, profundos estudiosos sobre a história e a produção da bebida.

Antonio Silvio é biólogo, pós-graduado em Auditorias Ambientais, com formação em cursos de Ciência e Produção de Cachaças de Qualidade, Envelhecimento de Bebidas Destiladas, Master Blender e Multissensorial de Bebidas Destiladas, Mestre Alambiqueiro e editor do Blog RS no Alambique; Leomar De Bortoli é matemático e físico, mestre em Ensino de Ciências e Matemática, Master Blender e Multissensorial das Bebidas Destiladas e ex-presidente da Confraria Gaúcha da Cachaça.

Com o lançamento da publicação, nos formatos impresso e digital, previsto para o mês de abril, esse projeto cultural tem patrocínios da LNF – Latino Americana, Multimóveis, PCR Metal e RG Inox.

Curiosidades sobre as cachaçarias gaúchas

Segundo o Instituto Brasileiro de Cachaça – IBRAC, a cachaça é o destilado mais consumido pelos brasileiros, presente em mais de 77 países, e um dos quatro destilados mais consumidos em todo mundo. Com 500 anos de história, também é o primeiro destilado das Américas e a primeira Indicação Geográfica do Brasil, ou seja, parte da identidade do Brasil. A bebida tem contribuído para o desenvolvimento do país, com toda sua relevância cultural, social e econômica, nas cinco regiões.

No Anuário da Cachaça 2020 o Rio Grande do Sul está na quinta posição com 43 (4,8%) dos estabelecimentos legalizados. No registro de produtos está na quarta colocação com 193 (6,32%) e em quarto lugar no registro de marcas com 295 (7,36%). O destaque fica para o município de Ivoti, principal polo produtor gaúcho, em sétimo lugar no registro de produtos por município com 32 (1,04%) e em terceiro lugar no registro de marcas com 99 (2,47%). Em relação ao número de produtores por habitantes, são 3,8 estabelecimentos registrados para cada milhão de gaúchos, atualmente em 11,377 milhões.

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domingo, 2 de janeiro de 2022

Cinco curiosidades sobre a cachaça no Rio Grande do Sul.

Livro (Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas


Os açorianos No Brasil, a produção da cachaça se inicia com a colonização portuguesa ainda no Século XVI e expande-se no ritmo das conquistas territoriais, mas no Estado do Rio Grande do Sul somente no Século XVIII com a colonização dos Açorianos é que tem início o cultivo da cana-de-açúcar e a sua produção.

Os primeiros engenhos e possivelmente pequenos alambiques chegaram em 1770, trazidos pelos irmãos Manoel e Antônio Nunes Benfica que se instalaram em um local denominado Posto da Guarda, atual município de Santo Antônio da Patrulha. Em 1773, Domingos Fernandes Lima, trouxe mudas de cana-de-açúcar da Ilha da Madeira e  instalou um engenho nas margens da Lagoa da Pinguela na Estância da Serra, no atual município de Osório, onde iniciou a produção da cachaça e outros produtos derivados da cana, como o melado, o açúcar e rapaduras.

 Os alemães A colonização alemã no RS iniciou-se em 1824 e a partir de 1827 os imigrantes protestantes se instalaram em Três Forquilhas e os católicos na Colônia São Pedro, atuais municípios de Torres e Dom Pedro de Alcântara no litoral norte do Estado. Estes aprenderam com os açorianos a cultivar e utilizar a cana de açúcar que se tornou um dos principais cultivos. A destilação da cachaça iniciou-se em 1829 ou 1830 aproveitando a experiência anterior dos alemães na produção de um destilado de batatas denominado schnaps.


Em 1850 a escala de produção já era significativa, com a produção em Três Forquilhas de 91 tonéis e em Colônia São Pedro de 632 tonéis de 500 litros. Nestas duas áreas, a cachaça tornou-se o principal derivado da cana. Atualmente várias marcas gaúchas mantêm as influências destes colonizadores.

Os italianos Em 1875 iniciou-se a colonização italiana no RS e os imigrantes se fixaram em áreas que lembravam geograficamente e no clima o país de origem, nas regiões serranas onde passaram a desenvolver a agricultura, plantar videiras e destilarem a grappa, um derivado do bagaço fermentado da uva. Colônia Nova Milano atual município de Farroupilha, Colônia Conde D’Eu atual Garibaldi e Colônia Nova Isabel atual Bento Gonçalves são os núcleos originais da colonização italiana no RS.

Monumento aos Imigrantes Italianos em Bento Gonçalves/RS.

Logo após a instalação, os imigrantes começaram a desenvolver o cultivo da cana-de-açúcar e com a experiência adquirida na destilação da grappa, a produção de cachaça e outros derivados que se tornaram essenciais nas relações econômicas e de sobrevivência das novas colônias. Os imigrantes italianos desenvolveram muito a tanoaria ao introduzirem no RS os barris conhecidos como bordalesas.

Os tropeiros Os Tropeiros foram os principais responsáveis pelo transporte e distribuição das mercadorias no interior do Brasil durante mais de duzentos anos, do fim do Século XVII até o início do Século XX, aproximadamente de 1695 até 1930. Muitas cidades atuais foram fundadas ao longo dos caminhos das tropas formadas por muares, animais de carga resistentes que percorriam grandes distâncias. Um dos produtos que transportavam era a cachaça distribuída nas estâncias do interior gaúcho e também nas vilas e cidades ao longo dos passos das tropas.

Foto rara dos últimos tropeiros em Palmeiras das Missões/RS.

Alguns tropeiros distribuíam especialmente a cachaça e ficaram famosos pela qualidade e cuidados. Um destes tropeiros foi o gaúcho Bento Albino de Abreu, grande conhecedor das regiões interioranas e das trilhas da serra e do litoral. Em sua homenagem a marca Bento Albino é produzida no Alambique do Espraiado no município de Maquiné/RS.

A Aprodecana e os Alambiques Gaúchos Atualmente, a Associação dos Produtores de Cana de Açúcar e Seus Derivados do Rio Grande do Sul – Aprodecana, é a representante dos produtores gaúchos de todas as regiões do Estado. marca institucional  Alambiques Gaúchos promove a cachaça gaúcha no Brasil e no mercado externo em diversos países como a Alemanha, Canadá, China, Estados Unidos e Inglaterra.


A produção orgânica, em sistema de agricultura familiar torna a cachaça gaúcha um produto regional diferenciado, que utiliza os processos mais modernos ao mesmo tempo em que valoriza os aspectos históricos e culturais das suas origens.

Visite os alambiques gaúchos e conheça a cultura, a história, as tradições, e a qualidade das cachaças e dos produtos da agricultura familiar do Rio Grande do Sul.

Conheça (Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas

domingo, 7 de novembro de 2021

Rota Cultural Cachaças Gaúchas.

A cachaça no Rio Grande do Sul tem aspectos culturais e históricos peculiares. O Estado se desenvolveu mais tarde como parte do território português e a partir de 1752 com a imigração dos açorianos começou a ocupação definitiva do território gaúcho. As primeiras mudas de cana-de-açúcar trazidas por estes imigrantes diretamente das ilhas de origem em 1770 foram cultivadas no local conhecido como Posto da Guarda no atual município de Santo Antonio da Patrulha. A primeira destilação ocorreu em 1778 na margem da Lagoa da Pinguela em Osório no litoral gaúcho.

Com a imigração dos alemães a partir de 1824 e sua fixação nos vales dos Rios dos Sinos e Caí e no litoral, a produção de cachaça se expande para uma escala que além do consumo local permite o seu uso como moeda de troca das colônias com os tropeiros na aquisição de outros produtos como ferramentas, tecidos e medicamentos. Os imigrantes italianos a partir de 1875 e os poloneses em 1886 ampliam a importância da cachaça para a sobrevivência das colônias que se fixaram nos vales dos rios serranos e nas regiões montanhosas onde cultivam a cana em pequenos lotes nos microclimas da serra gaúcha.

Usina Santa Martha - Primeira marca de cachaça gaúcha registrada em 1928.

Esta saga está sendo resgatada pelos autores Antonio Silvio Hendges e Leomar De Bortoli que com apoio da lei estadual de incentivo à cultura, Pró-Cultura/RS estão produzindo o livro impresso e digital (Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas – Cultura e história da cachaça no Rio Grande do Sul. Os autores estão visitando 33 alambiques, tanoarias, museus e colecionadores em seis regiões e percorrerão mais de seis mil km, do litoral até o extremo oeste do Estado gaúcho na divisa com a Argentina.

Os autores contam com o apoio de uma equipe de assessoria e produção composta por agentes culturais, produção visual e desenvolvimento gráfico. Os recursos financeiros são destinados por empresas parceiras e posteriormente descontados do ICMS devido ao Estado de acordo com os repasses aprovados ao projeto. O prazo de produção é de oito meses com o lançamento previsto para maio/2022.

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quarta-feira, 26 de maio de 2021

Datas importantes para a cachaça no Rio Grande do Sul.

Cachaças antigas produzidas no RS.

A cachaça no Rio Grande do Sul possui algumas características próprias. Este é um Estado que foi incorporado mais tarde ao território brasileiro, no Século XVII, pois era parte da Espanha pelo Tratado de Tordesilhas. A data considerada como marco original do Rio Grande do Sul é 1680 com a Fundação da Colônia do Sacramento na margem do Rio da Prata. A política de ocupação territorial então começa com os imigrantes açorianos.

1752 – Início da imigração açoriana como política de ocupação do Rio Grande do Sul pelo Império Português.

1770 – Registro das primeiras mudas de cana-de-açúcar trazidas pelos irmãos portugueses Manoel e Antonio Nunes Benfica que se instalaram no lugar denominado Posto da Guarda, atual município de Santo Antonio da Patrulha.

1773 –  Domingos Fernandes Dias que se instalou na margem da Lagoa da Pinguela na Estância da Serra, atual município de Osório, traz mudas de cana da Ilha da Madeira.

1778 – Registro da primeira destilação de cachaça no território gaúcho no mesmo local do item anterior. Este registro está em um documento com data de 1790.

1824 – Início da colonização alemã que se fixa nos vales dos rios e no litoral e dá escala na produção de cachaça, transformando a bebida em uma valiosa mercadoria que negociavam com os tropeiros e adquiriam produtos e ferramentas como roupas, café e instrumentos agrícolas. A destilação da cachaça pelos alemães iniciou-se em 1829 ou 1830 aproveitando a experiência na produção de um destilado de batatas denominado schnapps. Em 1850 a escala de produção já era significativa, com a produção na Colônia Três Forquilhas de 91 tonéis e na Colônia São Pedro de 632 tonéis de 500 litros.


Dorna de fermentação na Colônia São Pedro, atual município de Dom Pedro de Alcântara.
Foto - Vânia Rodrigues.


1848
– Primeiras destilações da Família Weber na Linha 48, atual município de Ivoti no Vale do Rio dos Sinos.

1875 – Início da colonização italiana que se fixa nos vales dos rios serranos e também aprende imediatamente o cultivo da cana e a produção de cachaças que utilizam como mercadoria fundamental nas trocas e aquisições de outros produtos com os tropeiros. Os italianos tinham um volume de produção menor, mas com muita qualidade. Foram os introdutores dos tonéis bordalesas no Rio Grande do Sul.

1925 – Primeiras destilações da atual Casa Bucco no Vale do Rio das Antas no município de Bento Gonçalves.

1928 – Inauguração da Usina Santa Martha no mesmo local do registro da primeira destilação no território gaúcho, na margem da Lagoa da Pinguela no município de Osório. Início da produção da cachaça Santa Martha, a primeira marca legal e registrada do RS.


Usina Santa Martha na margem da Lagoa da Pinguela, berço da cachaça gaúcha.


1948 – Instalação das primeiras estruturas da Destilaria Weber Haus no município de Ivoti e da produção da Caninha Primavera. A Weber Haus torna-se a partir do início deste século a grande referência de qualidade e inovação na produção das cachaças gaúchas.

1952 – Chegam ao Brasil os imigrantes italianos da família Borsato que terá papel fundamental no desenvolvimento da produção da cachaça no Rio Grande do Sul.

1985 – Marcello Borsato adquire a Fazenda Maribo no município de Osório, muito próximo dos locais da produção primitiva. Os produtos da Fazenda Maribo ganham fama e admiradores pela qualidade e apresentação em garrafas diferenciadas. Além da Santa Martha, na Fazenda Maribo eram produzidas as cachaças Velho Pescador e 30 Luas, que ganham fama nacional e internacional.

2014 – A Weber Haus adquire da Fazenda Maribo as marcas Santa Martha, Velho Pescador e 30 Luas ampliando a sua linha de produtos e qualificando ainda mais a produção destas cachaças.


Santa Martha, primeira marca registrada do RS.


Muitas outras datas poderiam ser acrescentadas, mas estas são as principais referências no desenvolvimento das cachaças gaúchas. Atualmente são muitos alambiques e marcas em todas as regiões do Estado, mas são mantidas as características originais da produção, principalmente por causa do clima ameno e com invernos rigorosos, fato que condiciona o cultivo da cana e os períodos de destilação. Mas este é um assunto para outra postagem.

Em breve o livro impresso e digital (Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas. Com apoio da Lei de Incentivo à Cultura do Rio Grande do Sul.

sexta-feira, 14 de maio de 2021

(Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas.

Imagem ilustrativa.

Em breve o livro impresso e digital com apoio da Lei de Incentivo à Cultura - Procultura do Estado do Rio Grande do Sul. O projeto foi aprovado no dia 27 de abril em votação do Conselho Estadual de Cultura gaúcho que autorizou a busca de recursos junto aos apoiadores para a edição e lançamento deste trabalho que resgata a cultura, a história e as tradições do cultivo da cana-de-açúcar e da produção dos seus derivados como a cachaça neste Estado.

O projeto nasceu com a proposta de um ebook e a descrição dos principais alambiques gaúchos, mas evoluiu para uma parceria com a Associação Cultural Atlântica de Bento Gonçalves/RS.  A partir daí se tornou um amplo projeto com mais de dois anos de pesquisas que reúne as informações e resgata a história e cultura da cachaça no Estado, desde a chegada das primeiras mudas de cana trazidas pelos açorianos ao desenvolvimento do cultivo e da produção de derivados pelos imigrantes alemães e italianos. A importância dos tropeiros na distribuição e trocas de mercadorias com a cachaça como uma das mais valorizadas é abordada em uma perspectiva fundamental do desenvolvimento cultural, histórico e econômico regional.


Os autores visitaram alambiques e áreas de produção do Rio Grande do Sul.


Também há uma valorização da gastronomia tradicional do sul e do uso da cachaça em receitas salgadas e doces, além de coquetéis exclusivos elaborados por bartenders e mixologistas gaúchos. A descrição dos principais alambiques e regiões produtoras traz o panorama atual da produção e da importância cultural da cachaça no Estado.

Nos próximos meses será organizada a equipe de produção e a busca de recursos junto às empresas gaúchas para viabilizar a edição deste trabalho que pretende divulgar uma parte fundamental da cultura, da história e das tradições regionais e brasileiras.


A produção orgânica e a agricultura familiar são características das cachaças do RS.

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Feijão tropeiro com linguiça e cachaça.

Acampamento dos tropeiros em 1920. Fonte: História e Memória
Durante mais de duzentos anos, do fim do Século XVII em 1695 até o início do Século XX, aproximadamente 1930, os Tropeiros foram os principais responsáveis pela distribuição das mercadorias no interior do Brasil. Transportavam as mercadorias em muares, animais de grande resistência, em rotas que ficaram conhecidas como caminhos das tropas, ao longo das quais muitas vilas se formaram e originaram muitas das atuais cidades brasileiras.

Nos acampamentos, os tropeiros preparavam as refeições que muitas vezes eram feitas com as sobras das refeições anteriores. Esta improvisação deu origem a diversos pratos da culinária brasileira, incluindo-se alguns que utilizavam a cachaça como ingrediente. O feijão misturado com diversos ingredientes originou um prato que era consumido pela manhã, ainda de madrugada, antes do reinício das jornadas.

sexta-feira, 9 de março de 2018

Cabo de relho com cachaça gaúcha.

Cabo de relho, prato típico das estações frias do Rio Grande do Sul.
A culinária gaúcha tem diversas influências, desde o típico churrasco e o charque, pratos básicos dos primeiros habitantes, aos introduzidos pelas sucessivas colonizações açoriana, alemã e italiana, polonesa e outras. Quem também desenvolveu a culinária gaúcha foram os tropeiros, contribuindo com pratos tradicionais e muito saborosos como o arroz carreteiro, o feijão tropeiro e o cabo de relho, receita menos conhecida com base na mistura de ingredientes e típica dos períodos frios como o outono e o inverno que no Rio Grande do Sul são intensos.

A cachaça gaúcha, cuja produção foi desenvolvida pelos imigrantes açorianos, alemães, italianos e poloneses também é ingrediente fundamental da culinária gaúcha e sempre acompanhou os pratos típicos e animou as bailantas nas colônias e ao longo dos passos das tropas.