Entre os destaques a casa original no estilo enxaimel, uma técnica construtiva germânica milenar que utiliza uma base de pedras e a estrutura de madeira com vigas verticais, horizontais e diagonais e o preenchimento dos espaços com tijolos de barro ou adobe. São construções robustas e visualmente belas e marcantes com peças de madeiras rústicas aparentes. A casa da Família Berwanger foi construída em 1898 por Mathias Enrique Berwanger que também plantou o cipreste centenário em frente à construção.
segunda-feira, 22 de setembro de 2025
Alambique Berwanger - 75 anos de História e Tradição.
domingo, 17 de agosto de 2025
Tarifas dos USA e mercado da cachaça.
As recentes tarifas de 50% aplicadas pelo Governo Trump aos
produtos brasileiros atingem as exportações de cachaças para aquele país, já
que não há como em outros 694 produtos a previsão de isenção desta bebida da
cobrança destas sobretaxas unilaterais. Cabe esclarecer que o argumento do
governo americano de um desequilíbrio na balança comercial não é verdadeiro, os
EUA exportam muito mais para o Brasil do que importam. O Brasil é um consumidor
de produtos industrializados americanos e exporta produtos primários. Mesmo nas
bebidas destiladas esta é uma realidade, o volume de bourbons e outras bebidas
americanas exportadas para o Brasil é muito superior ao volume de cachaças que
importam.
Em 2024 houve uma queda nas exportações de cachaças para o mercado mundial. Foram 6,6 milhões de litros, menos 23% em volume e 28% em valores em relação com 2023. O preço médio do litro caiu de U$ 2,35 para U$ 2,18. O total exportado em 2024 foi U$ 14,5 milhões. Neste contexto, os EUA são o 3º maior mercado externo em volume e o 1º em valor para a cachaça com importação de U$ 3.537.884 em 2024 que representou 24,3% do valor total exportado pelo Brasil. O preço médio do litro também é bem superior à média de outros compradores com valor de U$ 4,29 dólares. Isso significa que os EUA compram cachaças com maior qualidade e valor agregado.
Marca | Preço EUA | Observações |
---|---|---|
Leblon | U$ 28 a U$ 38 | Forte presença em bares e lojas, versões limitadas ultrapassam U$ 45. |
Ypióca | U$ 20 a U$ 28 | Mais comum em redes de varejo, preço competitivo e consumo doméstico. |
51 | U$ 18 a U$ 25 | A mais acessível, volume e ampla distribuição. |
Weber Haus | U$ 35 a U$ 50 | Segmento premium, versões envelhecidas chegam a U$ 70 ou mais. |
Novo Fogo | U$ 32 a U$ 45 | Apelo sustentável e edições especiais, mais de U$ 60. |
Avuá | U$ 35 a U$ 48 | Foco em coquetelaria de alto padrão. |
Com as tarifas o valor do litro com acréscimo de 50% será de U$ 6,43 centavos para entrar nos Estados Unidos, isso acrescido da logística e impostos internos específicos. Ou seja, o preço para os importadores e consumidores americanos serão mais elevados em relação aos anteriores ao tarifaço. Importante destacar que o estoque atual nos USA não pagou estas tarifas de 50% e os impactos serão mais claros a partir das novas exportações.
É claro que isso terá influência significativa nas
exportações e também no planejamento de destilarias e marcas como a 51, Ypióca, Leblon, Novo Fogo, Avuá, Magnífica, Sagatiba e Weber Haus que exportam para os Estados Unidos e outros países. Esta
nova realidade trará possíveis impactos na cadeia produtiva talvez com prejuízos para
cooperativas e produtores de cana e postos de trabalho nas destilarias. Outro
efeito será na divulgação da cachaça nos USA que sendo mais cara e estando
menos disponível dificultará o seu marketing e a conquista de novos
consumidores.
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Organização que representa os produtores de cachaças no Brasil. |
É possível que o setor tenha que explorar novos mercados e defender acordos comerciais mais amplos que garantam a entrada das cachaças brasileiras e tenham capacidade populacional para absorver a possível diminuição da demanda americana. A China, a Índia, a Rússia e outros países dos BRICS talvez sejam um bom mercado externo, assim como a União Europeia, o Canadá e a própria América Latina. O fortalecimento e qualificação do mercado interno e da identidade nacional, a prática de preços realistas e o desenvolvimento da uma coquetelaria nacional pujante e diversificada também é parte deste contexto.
Nota 1: A redação entrou em contato com algumas destilarias para informações e esclarecimentos sobre as tarifas dos EUA. A única que respondeu foi a Magnífica de Faria do Rio de Janeiro.
"O tarifaço vai impactar os custos para nosso importador e avaliamos como isso pode ser repassado para o consumidor final. A boa notícia é que os 50% de imposto se aplicam somente sobre o preço do produto na invoice (NF) de importação. Como depois temos que acrescentar vários custos de logística, outros impostos, margem do importador, etc, no preço de venda da garrafa nos EUA, o impacto é bem menor ~15%. E depois, quando transferimos esse custo adicional para a caipirinha, cai para uns 3%~4% do preço de venda. Ou seja, o cara que vende a caipirinha a USD 7,00 teria que vender a USD 7,25 pra compensar a tarifa. Achamos que dá para ser absorvido pela cadeia de consumo. Mas tem que explicar isso pra todo mundo. Mas por enquanto não chegamos lá porque estamos com um estoque bom nos USA. Isso nos afetará no próximo container, daqui uns 4 meses, se a tarifa ainda estiver em vigor... Quanto a se abrirem oportunidades em outros mercados, talvez seja relevante para grandes marcas, ou aquelas que fazem parte de grandes grupos. Pro pequeno produtor de Cachaça de Alambique, acho pouco provável disso ter algum impacto."
Atualização: Algumas horas após esta publicação recebemos o retorno da Caña Cachaça. No próximo artigo sobre este tema traremos as contribuições desta marca que tem foco exclusivo no mercado dos USA.
Nota 2: Este blog tem grande audiência nos EUA com 34% dos acessos naquele país.
Referências
Anuário da Cachaça 2025. Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento – MAPA.
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Clique aqui |
sexta-feira, 8 de agosto de 2025
Anuário da Cachaça 2025.
Existem no Brasil 1.266 destilarias distribuídas em todos os Estados do país com destaque para as regiões Sudeste, Nordeste e Sul.
Os 10 Estados brasileiros com mais alambiques são: Minas Gerais com 501, São Paulo com 179, Espírito Santo com 81, Santa Catarina com 73, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro com 67, Paraíba com 55, Ceará com 47, Paraná com 43 e Goiás com 38. Na densidade, o Brasil tem um alambique para cada 167.918 habitantes.
No registro do Sistema Sipeagro são 7.223 produtos aptos à comercialização com média de 5,7 registros para cada unidade produtora.
No mercado são 9.532 marcas. Os 3 Estados destaque são Minas Gerais com 3.478, São Paulo com 1.415 e Rio Grande do Sul com 689 marcas comerciais, média de 7,5 marcas por alambique.
Todas as informações do Anuário da Cachaça 2025 no QR Code.
terça-feira, 15 de julho de 2025
Um monumento para a cachaça de alambique.
Mestre alambiqueiro Diego Zanchet e prefeito Mateus Trojan. Imagem - Instagram Muçum do Brasil. |
O cultivo de cana-de-açúcar e a produção de derivados como a cachaça de alambique também é histórica e desde os primeiros imigrantes italianos que ocuparam os vales dos rios, esta é uma atividade de grande importância econômica e cultural. Uma das primeiras marcas de cachaças premiadas do Brasil, a Rosário de Ouro na Feira de Turim na Itália em 1911 foi destilada em um alambique localizado neste município.
quinta-feira, 29 de maio de 2025
Da Cana ao Copo - (Quase) Todos os Segredos das Bebidas Destiladas da Cana-de-açúcar.
A cana-de-açúcar é uma planta que mudou completamente a cultura, a história, a economia e o consumo humano, facilitou a expansão e as conquistas territoriais, a formação de países, a integração econômica e as trocas comerciais entre os povos.
Com origem
na ilha de Nova Guiné, a cana-de-açúcar chegou entre 10 e 12 mil anos em
regiões da atual Índia onde existem os primeiros registros da cristalização do
açúcar em livros sagrados como o Atharvaveda. Com os persas chegou ao
mediterrâneo, com os Árabes à Espanha, com os espanhóis e portugueses às ilhas
do Atlântico e finalmente aos extensos e propícios litorais do Brasil e da
América.
Uma das características desta planta é a sua enorme capacidade de produção de derivados como açúcares e álcool em várias formas – cristal, mascavo, melado, refinado, rapaduras, tabletes, bebidas destiladas, álcool combustível.
terça-feira, 15 de abril de 2025
Casa Vasco - Experiências sensoriais, vinhos e destilados.
Com uma curadoria focada na excelência, a Casa Vasco oferece mais de 120 rótulos de vinhos de 25 países. Algumas garrafas são exclusivas com origem em países como a Bulgária, Moldávia, Geórgia, Romênia, Áustria, Grécia, África do Sul, Líbano e Macedônia. Outras opções exclusivas são de pequenos produtores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e outros Estados.
quarta-feira, 2 de abril de 2025
Casa Bucco e cachaçarias brasileiras são vítimas de fraudes na internet.
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Casa Bucco e outras marcas estão sendo fraudadas. |
Outras marcas também estão sendo vítimas desta fraude, pois embora a página e perfis ilegais (www.casabuccobr.com; no Instagram 2 perfis: @casabuccos e @_casabucco) utilizem o nome e a logomarca da Casa Bucco, não se restringem a estes produtos com ofertas fraudulentas de marcas como Boi Parido, Dom Tápparo, Companheira, Cabaré, Havana, Magnífica, Sanhaçu, Vale Verde, Unna e Weber Haus. Ou seja, uma fraude explícita com as marcas reconhecidas e desejadas pelos consumidores, apresentadas com preços completamente irreais e que jamais serão entregues.
sexta-feira, 3 de janeiro de 2025
Divulgadas as cachaças que receberão o Selo Produtos Premium do Governo Gaúcho.
Esta certificação é institucional da Sict do RS e organizada
em parceria com a Associação dos Produtores de Cana de Açúcar do RS –
Aprodecana e a Academia de Estudos da Cachaça após a aprovação das amostras em
três etapas: a conformidade legal dos alambiques e produtos, a análise físico
química do padrão de identidade e qualidade e a avaliação sensorial por
profissionais qualificados e independentes.
Com certeza, nos próximos processos seletivos haverá um aumento da demanda e o envio de mais amostras pelos alambiques gaúchos para buscarem esta certificação oficial. Atualmente o Rio Grande do Sul tem 63 alambiques e 420 registros de produtos no Ministério da Agricultura ocupando o 4º lugar na produção nacional.
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