Cultivo da cana-de-açúcar no Vale do Rio Taquari. |
No caso da cana-de-açúcar a quebra na safra em algumas regiões como no noroeste gaúcho chega aos 30% com um desenvolvimento abaixo da média das variedades cultivadas. O produtor Sérgio Young da Cachaçaria Seiva Missioneira no município de Caibaté afirma que os colmos estão em torno de 1,60 metros enquanto em períodos hídricos normais chegam até 2,20 metros. Em Alecrim no extremo noroeste do RS na fronteira com a Argentina a Cachaçaria Pasieka adiou a produção para setembro, o canavial foi muito impactado em seu desenvolvimento e maturação.
Cultivo da cana-de-açúcar em Alecrim no noroeste do RS. |
No Vale do Rio Taquari a produção também foi bastante afetada. Paulo Reis do Alambique Berwanger no município de Estrela relata que não foi possível o plantio de novas mudas, parte dos canaviais antigos morreram e outras não foram colhidas, pois as canas se tornaram muito fibrosas e não possuem caldo, com o desenvolvimento prejudicado tanto na altura como no diâmetro dos colmos, além do aparecimento de pragas e doenças inexistentes nas safras anteriores.
No
município de Santa Tereza, o produtor Ivandro Remus da Cachaçaria Velho
Alambique também relata que as plantas não se desenvolveram, foram queimadas
pelo calor excessivo e a qualidade ficou muito prejudicada, em alguns locais
com perdas superiores a 50%. A safra 2022 também ficou para setembro com uma
defasagem de mais de três meses no crescimento dos canaviais.
Isso tem
reflexos nos custos de manejo dos cultivos, colheitas e processamento da cana
que são os mesmos ou maiores que nas safras cheias. Enquanto os custos
são fixos, a produção e a qualidade diminuem e isso é muito prejudicial
principalmente aos pequenos produtores que às vezes usam os recursos das safras
anteriores para financiarem a produção. Espera-se de parte dos órgãos públicos
uma atenção especial para a agricultura gaúcha e aos pequenos
agricultores familiares, categoria na qual praticamente toda a produção gaúcha
de cana está inserida.
“A estiagem para quem é produtor é prejuízo total, pouco ou bastante afeta todos e nós da cana-de-açúcar também fomos muito impactados”.
Ivandro Remus, produtor do Vale
do Rio Taquari no RS.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Muito obrigado por seu comentário.