Alambique Bel Vedere, desde 1915. |
Em 1915 a
família Scarton migrou da região da Serra Gaúcha, um dos núcleos originais da
colonização italiana no RS, para o interior do atual município de Augusto
Pestana que então era parte do município gaúcho de Ijuí. Com o conhecimento e a
experiência na produção de vinhos e destilação da grappa, os pioneiros
instalaram um alambique e continuaram desenvolvendo esta atividade no novo
território, ampliando a partir de aproximadamente 1950 para a produção de cachaças.
Luiz Antonio
Scarton, o Tonho Scarton, atual produtor das cachaças Bel Vedere relata que
“meu pai conta que lembra quando tinha cinco anos o alambique do pai e tio
dele, que já era um alambique velho, fazendo grappa e cachaça. Quando eu tinha
cinco anos levava água e café de chaleira para o meu pai levantar um alambique
nosso. Há 55 anos meu pai começou a levantar um alambique dele”. A produção era
vendida a granel para engarrafadores e transportada por caminhões tanques,
portanto se produzia muita cachaça no alambique do Sr. Avelino Scarton,
atualmente com 87 anos.
Com a
introdução da monocultura da soja na região no final dos anos 1970, a produção
de vinhos e cachaças diminuiu drasticamente e a família Scarton também aderiu
ao novo modelo econômico e parou de produzir cachaças. No entanto, em uma
viagem à Alemanha na virada do século, o Sr. Avelino Scarton percebeu o
crescimento e o reconhecimento da cachaça e novamente entusiasmou-se com a sua
produção e a partir do ano 2000 a família reconstruiu o alambique de acordo com
todos os padrões do Ministério da Agricultura. A primeira safra foi em 2002 e a
partir de 2003 a produção ganhou escala e se estabeleceu novamente como a
principal atividade.
Luiz Antonio Scarton, o Tonho Scarton. |
No início a ideia era continuar com a venda a
granel para exportação, mas com as crises econômicas de 2008 e 2014 na Europa e
USA iniciou-se o processo de envelhecimento, engarrafamento e distribuição do estoque
para o mercado interno. Foram criadas as marcas e identificados os pontos de
comercialização em mercados, lojas, distribuidores e a participação em feiras e
eventos do setor e da agricultura familiar. Atualmente a Bel Vedere tem
cachaças envelhecidas com três, seis e nove anos e a prata armazenada dez anos
em inox. Tonho Scarton ressalta que “hoje o lema da empresa é qualidade,
atendimento e valor justo agregado”.
Produto exclusivo Alambique Bel Vedere. |
A linha de
produtos Bel Vedere é composta pelas cachaças Prata armazenada dez anos em inox
e as envelhecidas Ouro com três anos em carvalho americano, Ponto Alto com três
anos em carvalho francês, Premium com seis anos em carvalho americano e a Extra
Premium Pergaminho com nove anos em carvalho americano. Também as cachaças
Ponto Alto Prata produzida em 2003 e a Cana do Pago produzida em 2013 e com
dois anos em carvalho americano. Um produto diferenciado e inédito no mercado é
a caipirinha com uma receita exclusiva e 100% natural, sem conservantes,
aromatizantes ou corantes nos sabores limão e uva. Esta receita foi criada pelo
próprio Tonho Scarton que conseguiu estabilizar o produto e dura até um ano sem
refrigeração após aberta.
Outra
novidade é o carrinho com energia solar utilizado nas feiras e eventos para
facilitar o atendimento ao público e a preparação das caipiras servidas
diretamente aos consumidores e clientes. Este também é um diferencial exclusivo
da Bel Vedere e que tem um impacto imediato sobre os apreciadores com um
aumento significativo das vendas e da qualidade do atendimento ao público. Esta
novidade também amplia os espaços e a mobilidade possibilitando o atendimento
em locais como praias, parques e shows e auxilia na divulgação da marca e dos
produtos.
Com toda
esta história e capacidade empreendedora a Bel Vedere conquistou muitos prêmios
e tem-se destacado em eventos como a Expocachaça com Medalhas de Prata e Ouro
em 2013, 2014, 2017 e 2018 e no Concurso Mundial de Bruxelas com Medalha de
Ouro em 2014. Outras premiações importantes como na Expointer, maior feira do
agronegócio e da agricultura familiar da América Latina, também estão entre os
destaques conquistados pelo Alambique Bel Vedere e seus produtos diferenciados
e com qualidade superior. Entre os projetos futuros está a implantação de um
sistema de logística reversa e retorno das embalagens e o lançamento de outros
sabores com abacaxi e butiá, fruta típica do Rio Grande do Sul.
Eu conheço a cachaça do Tonho.A caipirinha é muito apreciada nos encontros dos Mandioqueiros da escola Imerab de Ijuí.
ResponderExcluirÉ uma cachaça muito boa, também sou fã. E nada melhor que uma boa cachaça para alunos de um Curso Técnico em Agropecuária festejarem, não é mesmo?
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