domingo, 17 de novembro de 2019

Alambique Bel Vedere, Augusto Pestana/RS.

Alambique Bel Vedere, desde 1915.
Em 1915 a família Scarton migrou da região da Serra Gaúcha, um dos núcleos originais da colonização italiana no RS, para o interior do atual município de Augusto Pestana que então era parte do município gaúcho de Ijuí. Com o conhecimento e a experiência na produção de vinhos e destilação da grappa, os pioneiros instalaram um alambique e continuaram desenvolvendo esta atividade no novo território, ampliando a partir de aproximadamente 1950 para a produção de cachaças.

Luiz Antonio Scarton, o Tonho Scarton, atual produtor das cachaças Bel Vedere relata que “meu pai conta que lembra quando tinha cinco anos o alambique do pai e tio dele, que já era um alambique velho, fazendo grappa e cachaça. Quando eu tinha cinco anos levava água e café de chaleira para o meu pai levantar um alambique nosso. Há 55 anos meu pai começou a levantar um alambique dele”. A produção era vendida a granel para engarrafadores e transportada por caminhões tanques, portanto se produzia muita cachaça no alambique do Sr. Avelino Scarton, atualmente com 87 anos.

Com a introdução da monocultura da soja na região no final dos anos 1970, a produção de vinhos e cachaças diminuiu drasticamente e a família Scarton também aderiu ao novo modelo econômico e parou de produzir cachaças. No entanto, em uma viagem à Alemanha na virada do século, o Sr. Avelino Scarton percebeu o crescimento e o reconhecimento da cachaça e novamente entusiasmou-se com a sua produção e a partir do ano 2000 a família reconstruiu o alambique de acordo com todos os padrões do Ministério da Agricultura. A primeira safra foi em 2002 e a partir de 2003 a produção ganhou escala e se estabeleceu novamente como a principal atividade.

Luiz Antonio Scarton, o Tonho Scarton.

No início a ideia era continuar com a venda a granel para exportação, mas com as crises econômicas de 2008 e 2014 na Europa e USA iniciou-se o processo de envelhecimento, engarrafamento e distribuição do estoque para o mercado interno. Foram criadas as marcas e identificados os pontos de comercialização em mercados, lojas, distribuidores e a participação em feiras e eventos do setor e da agricultura familiar. Atualmente a Bel Vedere tem cachaças envelhecidas com três, seis e nove anos e a prata armazenada dez anos em inox. Tonho Scarton ressalta que “hoje o lema da empresa é qualidade, atendimento e valor justo agregado”.

Produto exclusivo Alambique Bel Vedere.
A linha de produtos Bel Vedere é composta pelas cachaças Prata armazenada dez anos em inox e as envelhecidas Ouro com três anos em carvalho americano, Ponto Alto com três anos em carvalho francês, Premium com seis anos em carvalho americano e a Extra Premium Pergaminho com nove anos em carvalho americano. Também as cachaças Ponto Alto Prata produzida em 2003 e a Cana do Pago produzida em 2013 e com dois anos em carvalho americano. Um produto diferenciado e inédito no mercado é a caipirinha com uma receita exclusiva e 100% natural, sem conservantes, aromatizantes ou corantes nos sabores limão e uva. Esta receita foi criada pelo próprio Tonho Scarton que conseguiu estabilizar o produto e dura até um ano sem refrigeração após aberta.

Outra novidade é o carrinho com energia solar utilizado nas feiras e eventos para facilitar o atendimento ao público e a preparação das caipiras servidas diretamente aos consumidores e clientes. Este também é um diferencial exclusivo da Bel Vedere e que tem um impacto imediato sobre os apreciadores com um aumento significativo das vendas e da qualidade do atendimento ao público. Esta novidade também amplia os espaços e a mobilidade possibilitando o atendimento em locais como praias, parques e shows e auxilia na divulgação da marca e dos produtos.

Com toda esta história e capacidade empreendedora a Bel Vedere conquistou muitos prêmios e tem-se destacado em eventos como a Expocachaça com Medalhas de Prata e Ouro em 2013, 2014, 2017 e 2018 e no Concurso Mundial de Bruxelas com Medalha de Ouro em 2014. Outras premiações importantes como na Expointer, maior feira do agronegócio e da agricultura familiar da América Latina, também estão entre os destaques conquistados pelo Alambique Bel Vedere e seus produtos diferenciados e com qualidade superior. Entre os projetos futuros está a implantação de um sistema de logística reversa e retorno das embalagens e o lançamento de outros sabores com abacaxi e butiá, fruta típica do Rio Grande do Sul.

2 comentários:

  1. Eu conheço a cachaça do Tonho.A caipirinha é muito apreciada nos encontros dos Mandioqueiros da escola Imerab de Ijuí.

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    1. É uma cachaça muito boa, também sou fã. E nada melhor que uma boa cachaça para alunos de um Curso Técnico em Agropecuária festejarem, não é mesmo?

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Muito obrigado por seu comentário.