terça-feira, 6 de dezembro de 2022

A Cachaça e a Revolução Farroupilha.

Modelos de barris utilizados nas colônias gaúchas.
Fonte: Caprara: Luchese, 2005. Página 187.

Durante quase 10 anos, de 20 de setembro de 1835 a 28 de fevereiro de 1845 o Rio Grande do Sul se insurgiu contra o governo central brasileiro então representado pelo Império. No início os revoltosos pretendiam apenas substituir o governo da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, principalmente o Presidente Antônio Rodrigues Fernandes Braga e o Comandante das Armas Marechal Sebastião Barreto Pereira Pinto que atacavam os liberais republicanos e não davam nenhuma importância às reivindicações de melhorias administrativas, econômicas, tributarias e sociais dos rio-grandenses.

Para os imperiais o Rio Grande do Sul era uma província que devia ficar subordinada ao papel de produtora de alimentos e matérias primas para consumo nos centros hegemônicos relacionados às economias mineradora e cafeeira do sudeste. Isso fazia com que as possibilidades de desenvolvimento ficassem subordinadas ao ritmo e lógica destes setores centrais. Ou seja, a economia gaúcha era periférica ao exercer um protagonismo de menor importância na geração e acumulação de riquezas da economia nacional. Estas condições levaram a revolta dos gaúchos que organizaram um exército revolucionário e passaram ao enfrentamento das tropas imperiais com grandes vitórias em diversas batalhas.

domingo, 6 de novembro de 2022

A Região Sul no Anuário da Cachaça em 2022.

Os três principais polos de produção da cachaça na Região Sul do Brasil.
Anualmente o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulga o Anuário da Cachaça com as estatísticas referentes à produção nos Estados e regiões do país, alambiques e produtos registrados, índice de crescimento da produção, marcas legais e dados da exportação. As fontes das informações são o Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários – Sipeagro, o Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos – Sipe Oraflex e o Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro – Agrostat.

No anuário lançado em 2022 que traz as estatísticas referentes ao ano de 2021, a Região Sul está em segundo lugar com 138 cachaçarias, 14,74% das 936 registradas no país. A região também apresenta o maior aumento percentual de 16,94% com a abertura de 20 novos estabelecimentos: 9 no Rio Grande do Sul (20,5%), 9 em Santa Catarina (19,1%) e 2 no Paraná (7,4%). A Região Sul é a única do país em que todos os Estados apresentaram crescimento de estabelecimentos registrados.

terça-feira, 1 de novembro de 2022

Cachaças e bebidas destiladas gaúchas no 22º Concurso Vinhos e Destilados do Brasil.

Logomarca do Concurso Vinhos e Destilados do Brasil.

Anualmente a Revista Vinho Magazine realiza o Concurso Vinhos e Destilados do Brasil que neste ano de 2022 está na sua 22ª edição. Este evento é o mais importante destaque para as bebidas brasileiras, reconhecido pelos produtores como uma referência de qualidade contando com um quadro de avaliadores de renome nacional e internacional.

Neste ano o concurso destacou cinco cachaçarias gaúchas com 23 medalhas: 5 medalhas de Prata, 11 medalhas de Ouro e 7 medalhas Grande Ouro. Foram premiadas a Vinícola Antonio Dias de Três Palmeiras na região do Alto Uruguai, Harmonie Schnaps de Harmonia no Vale do Rio Caí, Filippini de Erechim no Alto Uruguai, Casa Bucco de Bento Gonçalves na Serra Gaúcha e Weber Haus de Ivoti na Rota Romântica do Estado.


Conheça abaixo todas as medalhas e bebidas premiadas das cachaçarias do Rio Grande do Sul.

domingo, 16 de outubro de 2022

O Rio Grande do Sul no Anuário da Cachaça em 2022.

Anualmente o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulga o Anuário da Cachaça com as estatísticas referentes à produção nas regiões e Estados do país, alambiques e produtos registrados, índice de crescimento da produção, marcas legais e dados da exportação. As fontes das informações são o Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários – Sipeagro, o Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos – Sipe Oraflex e o Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro – Agrostat.

No anuário lançado em 2022 que traz as estatísticas referentes ao ano de 2021, o Rio Grande do Sul está em sexto lugar no registro de estabelecimento com 53 unidades produtoras, crescimento de 20,45% em relação ao ano de 2020 em que o RS possuía 44 cachaçarias em atividade. Isso representa 5,66% dos 936 estabelecimentos registrados do país.

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Alba Destilaria - Monte Belo do Sul/RS.

Alambique exclusivo da Alba Destilaria.
A Alba é uma micro destilaria localizada no Vale dos Vinhedos em Monte Belo do Sul/RS especializada em destilados naturais de uva e cana-de-açúcar. Tem como proposta a produção de bebidas monovarietais em que as cachaças, brandys e grappas são provenientes de variedades únicas de canas e uvas cultivadas em pequenos lotes em terrenos com solos e micro climas exclusivos.

A proposta é expressar ao máximo cada variedade específica.  A fermentação é espontânea e a destilação em um alambique de cobre em sistema de banho-maria permite uma destilação lenta que preserva ao máximo os congêneres de aromas e sabores das bebidas. Todos os lotes são limitados e monovarietais explorando as características específicas de cada canavial, vinhedo ou região.

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Bartenders gaúchos - Rafael Câmara.

Bartender Rafael Câmara - Foto Instagram.
Rafael Câmara é bartender e atua como consultor para bares, restaurantes e marcas através da sua empresa Mezcla Bar Concept & Desing.  Com foco no Estado do Rio Grande do Sul seu trabalho é desenvolvido a partir de pesquisas regionais aplicadas na mais alta coquetelaria, com técnicas sofisticadas que visam agregar beleza e diferenciais exclusivos aos coquetéis.

Na elaboração dos seus coquetéis considera que entender os insumos e objetivos destes dentro dos copos é primordial, explorar características de aromas e sabores não óbvios faz com que as suas receitas sejam muito especiais e diferenciadas.

sábado, 10 de setembro de 2022

Bartenders gaúchos - Anderson Martins (Andy)

Bartender Anderson Martins, o Andy - Foto Instagram.
Anderson Martins é bartender, mixologista, consultor de bares e restaurantes, proprietário da Compton Cocktail Studyo, um projeto que surgiu na pandemia voltada para a coquetelaria e empresas do ramo de bebidas.

Trabalha há cinco anos na área, com enfoque em  uma coquetelaria mais atual, com técnicas e apresentações mais elaboradas e desenvolve suas atividades em diversos bares de Porto Alegre e outras cidades da região metropolitana. Formado na única escola de coquetelaria do do Rio Grande do Sul, a Artflair Bartenders, já foi professor da mesma.

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Bartenders gaúchos - Marcelo Pereira.

Bartender Marcelo Pereira - Foto Instagram.
A rotina profissional na hotelaria começou como garçom em bares até atracar na rotina dos cruzeiros. Em alto mar, além de conhecer 16 países, teve a oportunidade de trabalhar em restaurantes, atento sempre às dinâmicas dos bares e dos serviços. 
Foi dentro dos navios que o interesse por drinques cresceu.

Após esse período, em terra firme mergulhou no universo da coquetelaria. Assumiu a chefia do bar A Virgem em Porto Alegre. Apaixonado por coquetelaria aprofundou seus conhecimentos com especializações em São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre.

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Bartenders gaúchos - Claudia Schumacher.

Bartender Claudia Schumacher - Foto Dado Bier.
Claudia Schumacher é bartender, mixologista e consultora de drinks e bebidas com 8 anos e meio de experiência em New York e New Orleans trabalhando em renomados bares e restaurantes dos EUA.
Retornou ao Brasil em 2017 e ingressou no mercado como embaixadora da marca de licor dinamarquês Cherry Heering, ministrando Masterclasses em São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Logo depois, em Porto Alegre, sua cidade natal, começou a dar palestras e workshops de coquetelaria e mixologia com o Destemperados.

terça-feira, 9 de agosto de 2022

Bartenders gaúchos - César Luiz Queiroz.

Bartender César Luiz Queiroz.
O bartender gaúcho César Luiz Queiroz iniciou a carreira em 1997 após a conclusão do curso de coquetelaria do Serviço Nacional do Comércio – SENAC de Porto Alegre. Atuou em vários bares da capital gaúcha entre os anos de 1998 até 2003. A partir desta data e até o ano de 2008 exerceu as atividades em eventos sociais.

Em 2008 fundou a Art Flair Bartenders, empreendimento de open bar em festas e eventos em todo o Rio Grande do Sul.

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

1º Festival da Cachaça de Ivoti/RS.

Destilaria Bockorny. Foto - Antonio Silvio Hendges
Nos dias 5 a 7 de agosto de 2022 na cidade de Ivoti na Rota Romântica gaúcha será realizado o 1º Festival da Cachaça do município. O local é a área histórica do primeiro núcleo de povoação pelos colonizadores alemães em que está localizado o patrimônio arquitetônico tombado pelo Iphan com o maior número de casa no estilo Enxaimel do país.

Ivoti é o principal polo produtor de cachaças no Rio Grande do Sul. No Anuário da Cachaça 2021 publicado pelo Ministério da Agricultura está em 3º lugar no país em registro de marcas com 119 (2,5%) e produtos com 72 (2,03%) colocando o município entre as principais regiões produtoras do país. Outro destaque é a qualidade que é reconhecida não somente no Brasil, mas no exterior com exportações para mais de 20 países europeus, asiáticos e da América do Norte. Em Ivoti também está localizada a destilaria com o maior número de premiações nacionais e internacionais do país com aproximadamente 170 medalhas e destaques em concursos de todos os continentes.

sábado, 23 de julho de 2022

Destilaria Espírito do Brazil - São Vendelino/RS

Foto - Antonio Silvio Hendges
Quem passa pela RS 446 no belo município de São Vendelino na Serra Gaúcha tem a oportunidade de visitar a mais nova destilaria do Rio Grande do Sul, Espírito do Brazil, empreendimento inovador que pretende conquistar os paladares dos apreciadores da cachaça de qualidade não apenas no país, mas também do exterior, sendo o plano de negócios do empreendimento elaborado com estes objetivos.

Todo o ciclo de produção é próprio, desde o cultivo com mudas pré brotadas das variedades CTC 4 e RB966928 com previsão de colheita de 400 toneladas nos quatro hectares utilizados. Também são realizadas pesquisas com novas variedades visando o aprimoramento para as características climáticas específicas da região. Após a colheita, o transporte é imediato até a destilaria onde a moagem é realizada em até 12 horas para evitar a contaminação e a alteração das características. O engenho é automatizado e a extração do caldo em dois estágios passa por uma peneira rotativa que retém o bagacilho (sólidos residuais fibrosos misturados ao caldo e prejudiciais na destilação com a formação de álcoois indesejáveis à qualidade) e então encaminhado para a decantação, filtragem e padronização do brix.

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Weber Haus construirá nova fábrica e ampliará produção em 800%.

Foto - Antonio Silvio Hendges
A tradicional destilaria de Ivoti/RS que produz cachaça, gim, rum e bebidas mistas investirá 35 milhões de reais em seu novo projeto que na sua concepção utiliza ferramentas da Nasa para a análise e projeção. As operações da nova fábrica serão totalmente informatizadas seguindo os modelos da indústria 4.0 e pretende no prazo de 10 anos ampliar a produção em 800% para mais de dois milhões de litros/ano de bebidas destiladas.

O objetivo com o novo projeto é ampliar a participação da empresa no mercado externo no qual a Weber Haus já exporta para 27 países, mas também o mercado interno que de acordo com as projeções crescerá bastante e de forma constante nos próximos anos.

domingo, 10 de julho de 2022

Lançamento oficial do livro (Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas.

Autores agradecem a equipe, patrocinadores e produtores gaúchos.

No dia 07 de julho de 2022 aconteceu o lançamento oficial do livro (Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas – Cultura e história da cachaça no Rio Grande do Sul que resgata a importância desta bebida e do cultivo da cana-de-açúcar para a formação cultural, econômica e histórica do Estado. Publicado com apoio da Lei de Incentivo à Cultura estadual, este trabalho dos autores Antonio Silvio Hendges e Leomar De Bortoli tem o apoio da LNF Latino Americana, Multimóveis, PCR Metais e RG Inox que possibilitaram a pesquisa realizada pelos autores e a publicação pela Facchin Editora. A produção cultural é da Atlanthica Associação Cultural e Literária dos Amigos da Natureza, História, Cultura e Arte do município de Bento Gonçalves na Serra Gaúcha.

sábado, 18 de junho de 2022

Estiagem diminui produção de cana-de-açúcar e derivados no RS.

Cultivo da cana-de-açúcar no Vale do Rio Taquari.
A produção de cana-de-açúcar e derivados como a cachaça, açúcar mascavo, melado e rapaduras será menor em 2022 do que nas safras anteriores no Rio Grande do Sul. O principal fator desta diminuição foi a longa estiagem que aconteceu em todas as regiões do Estado e que influenciou não apenas este cultivo, mas  a agricultura gaúcha em todas as atividades. Foram vários anos com chuvas abaixo da média e em alguns locais os recursos hídricos desapareceram obrigando ao abastecimento externo das famílias e comunidades. A agricultura familiar e as agroindústrias foram muito impactadas nesta emergência climática.

sexta-feira, 27 de maio de 2022

Destilaria Weber Haus, 74 anos de conquistas.

Caninha Primavera, 1ª marca comercial da Weber Haus. Foto @zetoteloken
No dia 1º de junho a Weber Haus está de aniversário, 74 anos da fundação da empresa em 1948 por José Weber. Mas já nessa época a família Weber produzia cachaça há 100 anos, desde 1848. A produção inicial atendia ao mercado local da região de Ivoti/RS e era comercializada na porta do alambique diretamente com os consumidores. Os poucos excedentes eram armazenados em um tonel de cabriúva com 500 litros e levados até Novo Hamburgo/RS em uma carroça puxada por duas juntas de bois, onde era vendida ou trocada nas casas comerciais e vendas locais por outras mercadorias indispensáveis à família.

Em 1968, o filho de José Weber, Hugo Weber e sua esposa Eugênia lançaram a primeira marca comercial da empresa, a Caninha Primavera em garrafas de 600 ml e envelhecida em cabriúva. O nome da marca, uma homenagem à estação climática preferida dos imigrantes alemães que sempre comemoraram a chegada da primavera no sul do Brasil. A distribuição era realizada diretamente nos pontos de vendas e consumo em engradados de madeira e utilizando uma Kombi como meio de transporte.

segunda-feira, 18 de abril de 2022

Talk Show das Cachaças Gaúchas na 14ª Envase Brasil.

14ª Envase Brasil, Bento Gonçalves/RS.
A Envase Brasil é uma feira organizada para facilitar a geração de novos negócios entre os principais fornecedores de tecnologias, produtos e serviços no setor de embalagens na América Latina com enfoque na apresentação de máquinas, equipamentos e soluções para as indústrias de bebidas e alimentos, vinhos, espumantes, sucos, refrigerantes, cervejas, água mineral, cachaças e destilados, azeite de oliva, laticínios e seus derivados.

sábado, 9 de abril de 2022

O cultivo da cana-de-açúcar no Rio Grande do Sul.

Canavial na Cachaçaria Pasieka em Alecrim/RS na divisa com a Argentina.

A cana-de-açúcar chegou ao Rio Grande do Sul mais tarde do que no restante do país em que o cultivo e a produção dos seus derivados como o açúcar e a cachaça começaram logo após o descobrimento. O RS até 1750 era parte da Espanha e neste ano com o Tratado de Madri aconteceu uma troca de territórios em que o atual território gaúcho passou para os portugueses que iniciaram a colonização em 1752 com o envio de casais açorianos que se instalaram incialmente nas regiões litorâneas. Foram estes imigrantes açorianos que trouxeram as primeiras mudas de cana diretamente das ilhas portuguesas.

terça-feira, 29 de março de 2022

Colônia do Pito - Três Palmeiras/RS.

A Vinícola Antonio Dias está situada na região gaúcha do Alto Uruguai no município de Três Palmeiras em solos com relevos de coxilhas, pedregosos, bem drenados e boa fertilidade. Em atividade desde 2004 com o início dos cultivos, em 2007 iniciou a produção voltada para o mercado de vinhos e espumantes de qualidade com produção limitada dos rótulos.

A propriedade com cinco hectares produz além dos vinhos, espumantes e sucos, as cachaças Colônia do Pito, homenagem ao primeiro nome da localidade, uma antiga parada dos tropeiros. Após a produção é armazenada dois anos em inox e parte envelhecida um ano em barris de carvalho francês anteriormente utilizados para envelhecimento de vinhos.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Definida Audiência Pública sobre o novo Padrão de Identidade e Qualidade da cachaça.

A Audiência Pública para a avaliação da proposta do novo padrão de identidade e qualidade da cachaça previsto na Portaria 339/2021 será realizada no dia 03 de março de 2022, das 9 às 18 horas em sistema online. As informações sobre o acesso estão na página do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e para acessar clique aqui.

O objetivo desta audiência é permitir a participação e sugestões das entidades e pessoas interessadas e a exposição técnica dos órgãos sobre os tópicos relacionados e pré definidos pelo grupo de trabalho que avaliou as proposições recebidas durante o período da consulta pública.

Uma das proposições é a que permite a denominação “cachaça de alambique” na classificação dos produtos e diferencia este método de outras formas de destilação ou da mistura de produtos com origens diferentes.

a) Cachaça de alambique quando for produzida exclusivamente e em sua totalidade em alambique de cobre;

b)  Cachaça, quando for produzida por outro método de destilação ou pela mistura de cachaças oriundas de diferentes métodos de destilação.

Uma das propostas polêmicas da nova identidade da cachaça é a que permite a maturação das bebidas com chips e lascas de madeiras desde que este processo não seja confundido com o envelhecimento em barris e esteja descrito nos rótulos de forma que não confunda ou induza os consumidores em erros

O uso de alambiques com as paredes internas, colunas e capitéis exclusivamente de cobre também está previsto na nova norma que definirá os padrões de identidade e qualidade das cachaças e aguardentes.

Participe da Audiência Pública sobre o novo Padrão de Identidade e Qualidade da cachaça.

 Clique aqui 

sábado, 5 de fevereiro de 2022

Cachaça de alambique (Portaria 339) terá audiência pública.

Alambiques Limana - Clique aqui.

O Grupo de Trabalho do Ministério da Agricultura que avaliou as propostas para o novo Padrão de Identidade e Qualidade da Cachaça proposto pela Portaria 339/2021 que substituirá a IN 13/2005 encerou as suas atividades. Em breve agendará uma audiência pública para o debate das mudanças propostas no período da consulta pública e validar a redação final da nova legislação.

Uma das proposições da Portaria 339 é a que permite a denominação “cachaça de alambique” na classificação dos produtos, diferenciando este método de outras formas de destilação ou da mistura de produtos com origens diferentes.

a)   Cachaça de alambique quando for produzida exclusivamente e em sua totalidade em alambique de cobre; 

b)  Cachaça, quando for produzida por outro método de destilação ou pela mistura de cachaças oriundas de diferentes métodos de destilação.

O termo não será obrigatório como estava previsto, mas opcional, o que permitirá que os produtores decidam se desejam utilizar esta denominação ou continuarem identificando seus produtos apenas como cachaça. Assim, o termo cachaça não será mais exclusivo das destilações em coluna como estava expresso na redação original da Portaria 339, no entanto para ser cachaça de alambique terá que ser 100% produzida por este método em alambiques de cobre.

Extra Premium, Premium e Reserva Especial.

A redação original da Portaria 339 vetava o uso das expressões Extra Premium, Premium e Reserva Especial, mas o texto final autoriza que os produtores utilizem em seus rótulos estas denominações desde que de acordo com a definição legal para cada produto. As envelhecidas continuam sendo na proporção mínima de 50% de envelhecidas por ao menos um ano em barris para 50% de outras mais jovens ou pratas.  Armazenadas continuam sendo as que não se enquadram nos itens anteriores.

Outras expressões como artesanal, colonial, da roça, descansada, familiar, natural, pura, repousada ou outras expressões superlativas estão vetadas, inclusive nas marcas nas quais não será possível utilizar adjetivos em suas identidades.

Alambiques Santa Efigênia - Clique aqui.

Alambiques de cobre

Na redação original a Portaria 339 previa o uso de alambiques 100% de cobre com todas as partes, incluindo-se as tubulações, serpentinas, porta alcoômetro e torneiras de vazão de cobre, mas na redação final ficou estabelecido que são indispensáveis que as paredes internas das panelas, as colunas e capitéis sejam de cobre, com o restante constituídos de materiais adequados aos processos, como o aço inox, por exemplo.

Manteve-se a diferenciação entre cachaças e aguardentes com a cachaça limitada na graduação alcoólica entre 38% e 48% e as aguardentes avançando até a graduação de 54%.

A possibilidade da adição de açúcar continua limitada entre seis e trinta gramas por litro, sendo que quando acima de seis gramas deverá constar como cachaças adoçadas, inclusive nas denominadas como cachaças de alambique.

Informações da página Devotos da Cachaça e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Bolichos e pulperias no sul do mundo.

Pulperia, ilustração de Rodolfo Ramos.

O bolicho de campanha era o local que servia como armazém para os gaúchos que residiam distantes dos centros comerciais, geralmente peões, capatazes e alambradores das estâncias. Também eram os pontos de paradas onde os araganos e andarilhos do sul do continente descansavam, alimentavam os cavalos, encontravam charque, bolachas, rapaduras e outros alimentos e claro tomavam um trago de cachaça, “um gole de pura pra espantar o calor”. Telmo de Lima Freitas, compositor gaúcho.

Existiam dois tipos de bolichos, os que vendiam cachaça e vinho, também conhecidos na campanha como pulperias, influência dos espanhóis da região do Rio da Prata e norte da Argentina e do Uruguai, o balcão era protegido por grades, pois que por ali se achegavam além dos peões, uns araganos, gaudérios, gaúchos andarilhos vindos lá do outro lado do rio, uns até meio mal encarados que traziam lanças e adagas... Traziam também guitarras pampeanas e eventualmente gaitas de oito baixos. nas regiões dos imigrantes açorianos e italianos eram conhecidas como bodegas. O outro tipo era o armazém, que vendia de tudo, desde itens de montaria ao café, erva mate, farinhas, fumo em corda, sal, tecidos rústicos, velas, remédios e claro também a cachaça e o vinho que chegavam através dos tropeiros ou dos carreteiros que distribuíam as mercadorias nas longínquas estâncias do interior gaúcho.

Esta cachaça procedia das colônias de imigrantes açorianos, alemães, italianos e poloneses onde era também negociada por mercadorias indispensáveis aos imigrantes. A cachaça foi a primeira moeda de troca utilizada em grande escala no Rio Grande do Sul.


El Boliche de Virtú, ilustração de Mario Zavattaro. 


Os bolichos também eram o centro da vida cultural e social de muitas comunidades e estâncias.  Além das bailantas animadas por acordeons e guitarras campeiras, sempre existia uma cancha reta para a disputa das carreiras dos cavalos, um local para brigas de galos, mesas para o jogo de cartas e uma cancha de Tava, o famoso jogo do osso das regiões fronteiriças do Rio Grande do Sul. Saiba mais sobre o jogo da Tava - Clique aqui.

Onde tinha um bolicho ou uma pulperia existiam árvores, cavalos, músicas, danças e gaúchos de passagem. Geralmente era uma casinha humilde e isolada, o ponto de chegada de quem troteava em um longo caminho do Pampa, da Campanha ou das Serras com fome e sede, apeava e espichava as pernas e refrescava a goela com um trago de canha.

Descubra (Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas.

Siga o projeto cultural no Instagram.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Alambique e doces Seleção - Santo Antônio da Patrulha/RS.

Imagem - Marketing Alambique Seleção.

A cana-de-açúcar chegou ao Rio Grande do Sul através dos imigrantes açorianos que a partir de 1752 colonizaram as áreas do litoral gaúcho como política de ocupação definitiva da região pelo império português. Até o Tratado de Madri em 1750 o Rio Grande do Sul pertencia à Espanha e os açorianos foram os primeiros que se fixaram definitivamente no território gaúcho e trouxeram as mudas da cana diretamente das ilhas dos Açores e Madeira.

Com a criação da Freguesia de Santo Antonio da Patrulha em 1771 os portugueses consolidam a ocupação do litoral gaúcho. É nesta região, no local conhecido como Posto da Guarda que em 1772 os irmãos portugueses Manoel e Antonio Nunes Benfica cultivam as primeiras mudas de cana e possivelmente instalaram um pequeno alambique.

Em 1809 Santo Antonio da Patrulha se torna o primeiro município gaúcho e sempre esteve relacionado com a produção da cana-de-açúcar e seus derivados. O município é conhecido como a Terra da Cachaça e da Rapadura tal a importância desta planta para a fixação dos colonizadores e a cultura luso açoriana, predominante entre os habitantes e presente em muitas manifestações culturais do município e do litoral gaúcho.

Imagem - Marketing Alambique Seleção.

No município existem muitos empreendimentos agro industriais familiares e entre estes está a Fábrica de Doces Seleção que produz açúcar mascavo, doces com vários sabores, rapaduras, mandolates, melado, paçoca, pé-de-moleque e  torrones. Também a partir de 14 de janeiro de 2022 obteve o registro no Ministério da Agricultura e se constituiu no mais recente alambique gaúcho com sua produção legal, o que amplia o catálogo de produtos, consolida a marca e abre espaço para que as cachaças com produção própria no Alambique Seleção se afirmem no mercado regional e em breve ganhem o mercado estadual e nacional.

Além das cachaças prata e envelhecidas será produzida aguardente de rapaduras e licores diversificados, inclusive da erva mate (Ilex paraguariensis), a planta utilizada no chimarrão gaúcho, hábito profundamente enraizado na cultura e nas tradições do Rio Grande do Sul.

Imagem - Marketing Alambique Seleção.

No princípio a comercialização das cachaças, aguardente de rapaduras e licores será na loja localizada no centro de Santo Antonio da Patrulha e no Seleção Parrilla, um restaurante que também pertence à família e que tem como especialidade do cardápio pratos tradicionais da culinária gaúcha e açoriana.

Em breve também serão encontradas em outros locais e lojas especializadas.

Conheça as cachaças, doces e licores Seleção Clique aqui

sábado, 8 de janeiro de 2022

A cultura e a história da cachaça no Rio Grande do Sul.

Leomar De Bortoli e Antonio Silvio Hendges. Foto: Zeto Teloken.

(Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas - Cultura e história da cachaça no Rio Grande do Sul é o nome do livro impresso e digital que será lançado no mês de abril, assinado pelos professores Antonio Silvio Hendges e Leomar De Bortoli, com uma pesquisa extensa nas cachaçarias, colecionadores, museus e tanoarias e regiões produtivas gaúchas.

Esse projeto cultural, que conta com financiamento do Pró Cultura – Governo do Estado do RS e realização da Associação Atlanthica resgatará a história, características, madeiras, peculiaridades sensoriais, gastronomia, coquetelaria, variedade, métodos, principais produtores e marcas das cachaças de alambique do Rio Grande do Sul, reconhecidas e premiadas em eventos e concursos nacionais e internacionais como bebidas destiladas de excelência.

Segundo os pesquisadores, “o cultivo da cana de açúcar e a produção de cachaças foram fundamentais para a sobrevivência e a economia das diversas colônias de imigrantes açorianos, alemães, italianos e outros que se fixaram no território do Rio Grande do Sul, nos séculos XVIII e XIX”. Também a importância dos tropeiros na distribuição e trocas de mercadorias tendo a cachaça como moeda está sendo abordada no livro, em uma perspectiva fundamental do desenvolvimento histórico e econômico regional.

A agricultura familiar orgânica como método de produção será outro destaque como um diferencial importante da qualidade das cachaças e bebidas destiladas no Rio Grande do Sul. A descrição dos produtores e principais marcas atuais têm como objetivo descrever o panorama da produção gaúcha de cachaças de qualidade, divulgar e incentivar o turismo personalizado nos alambiques e áreas de produção.

Os responsáveis pelas pesquisas e redação do livro (Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas são os professores Antonio Silvio Hendges e Leomar De Bortoli, profundos estudiosos sobre a história e a produção da bebida.

Antonio Silvio é biólogo, pós-graduado em Auditorias Ambientais, com formação em cursos de Ciência e Produção de Cachaças de Qualidade, Envelhecimento de Bebidas Destiladas, Master Blender e Multissensorial de Bebidas Destiladas, Mestre Alambiqueiro e editor do Blog RS no Alambique; Leomar De Bortoli é matemático e físico, mestre em Ensino de Ciências e Matemática, Master Blender e Multissensorial das Bebidas Destiladas e ex-presidente da Confraria Gaúcha da Cachaça.

Com o lançamento da publicação, nos formatos impresso e digital, previsto para o mês de abril, esse projeto cultural tem patrocínios da LNF – Latino Americana, Multimóveis, PCR Metal e RG Inox.

Curiosidades sobre as cachaçarias gaúchas

Segundo o Instituto Brasileiro de Cachaça – IBRAC, a cachaça é o destilado mais consumido pelos brasileiros, presente em mais de 77 países, e um dos quatro destilados mais consumidos em todo mundo. Com 500 anos de história, também é o primeiro destilado das Américas e a primeira Indicação Geográfica do Brasil, ou seja, parte da identidade do Brasil. A bebida tem contribuído para o desenvolvimento do país, com toda sua relevância cultural, social e econômica, nas cinco regiões.

No Anuário da Cachaça 2020 o Rio Grande do Sul está na quinta posição com 43 (4,8%) dos estabelecimentos legalizados. No registro de produtos está na quarta colocação com 193 (6,32%) e em quarto lugar no registro de marcas com 295 (7,36%). O destaque fica para o município de Ivoti, principal polo produtor gaúcho, em sétimo lugar no registro de produtos por município com 32 (1,04%) e em terceiro lugar no registro de marcas com 99 (2,47%). Em relação ao número de produtores por habitantes, são 3,8 estabelecimentos registrados para cada milhão de gaúchos, atualmente em 11,377 milhões.

Siga este projeto cultural no Instagram:

 Clique aqui 


Descubra (Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas.

 Clique aqui 

domingo, 2 de janeiro de 2022

Cinco curiosidades sobre a cachaça no Rio Grande do Sul.

Livro (Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas


Os açorianos No Brasil, a produção da cachaça se inicia com a colonização portuguesa ainda no Século XVI e expande-se no ritmo das conquistas territoriais, mas no Estado do Rio Grande do Sul somente no Século XVIII com a colonização dos Açorianos é que tem início o cultivo da cana-de-açúcar e a sua produção.

Os primeiros engenhos e possivelmente pequenos alambiques chegaram em 1770, trazidos pelos irmãos Manoel e Antônio Nunes Benfica que se instalaram em um local denominado Posto da Guarda, atual município de Santo Antônio da Patrulha. Em 1773, Domingos Fernandes Lima, trouxe mudas de cana-de-açúcar da Ilha da Madeira e  instalou um engenho nas margens da Lagoa da Pinguela na Estância da Serra, no atual município de Osório, onde iniciou a produção da cachaça e outros produtos derivados da cana, como o melado, o açúcar e rapaduras.

 Os alemães A colonização alemã no RS iniciou-se em 1824 e a partir de 1827 os imigrantes protestantes se instalaram em Três Forquilhas e os católicos na Colônia São Pedro, atuais municípios de Torres e Dom Pedro de Alcântara no litoral norte do Estado. Estes aprenderam com os açorianos a cultivar e utilizar a cana de açúcar que se tornou um dos principais cultivos. A destilação da cachaça iniciou-se em 1829 ou 1830 aproveitando a experiência anterior dos alemães na produção de um destilado de batatas denominado schnaps.


Em 1850 a escala de produção já era significativa, com a produção em Três Forquilhas de 91 tonéis e em Colônia São Pedro de 632 tonéis de 500 litros. Nestas duas áreas, a cachaça tornou-se o principal derivado da cana. Atualmente várias marcas gaúchas mantêm as influências destes colonizadores.

Os italianos Em 1875 iniciou-se a colonização italiana no RS e os imigrantes se fixaram em áreas que lembravam geograficamente e no clima o país de origem, nas regiões serranas onde passaram a desenvolver a agricultura, plantar videiras e destilarem a grappa, um derivado do bagaço fermentado da uva. Colônia Nova Milano atual município de Farroupilha, Colônia Conde D’Eu atual Garibaldi e Colônia Nova Isabel atual Bento Gonçalves são os núcleos originais da colonização italiana no RS.

Monumento aos Imigrantes Italianos em Bento Gonçalves/RS.

Logo após a instalação, os imigrantes começaram a desenvolver o cultivo da cana-de-açúcar e com a experiência adquirida na destilação da grappa, a produção de cachaça e outros derivados que se tornaram essenciais nas relações econômicas e de sobrevivência das novas colônias. Os imigrantes italianos desenvolveram muito a tanoaria ao introduzirem no RS os barris conhecidos como bordalesas.

Os tropeiros Os Tropeiros foram os principais responsáveis pelo transporte e distribuição das mercadorias no interior do Brasil durante mais de duzentos anos, do fim do Século XVII até o início do Século XX, aproximadamente de 1695 até 1930. Muitas cidades atuais foram fundadas ao longo dos caminhos das tropas formadas por muares, animais de carga resistentes que percorriam grandes distâncias. Um dos produtos que transportavam era a cachaça distribuída nas estâncias do interior gaúcho e também nas vilas e cidades ao longo dos passos das tropas.

Foto rara dos últimos tropeiros em Palmeiras das Missões/RS.

Alguns tropeiros distribuíam especialmente a cachaça e ficaram famosos pela qualidade e cuidados. Um destes tropeiros foi o gaúcho Bento Albino de Abreu, grande conhecedor das regiões interioranas e das trilhas da serra e do litoral. Em sua homenagem a marca Bento Albino é produzida no Alambique do Espraiado no município de Maquiné/RS.

A Aprodecana e os Alambiques Gaúchos Atualmente, a Associação dos Produtores de Cana de Açúcar e Seus Derivados do Rio Grande do Sul – Aprodecana, é a representante dos produtores gaúchos de todas as regiões do Estado. marca institucional  Alambiques Gaúchos promove a cachaça gaúcha no Brasil e no mercado externo em diversos países como a Alemanha, Canadá, China, Estados Unidos e Inglaterra.


A produção orgânica, em sistema de agricultura familiar torna a cachaça gaúcha um produto regional diferenciado, que utiliza os processos mais modernos ao mesmo tempo em que valoriza os aspectos históricos e culturais das suas origens.

Visite os alambiques gaúchos e conheça a cultura, a história, as tradições, e a qualidade das cachaças e dos produtos da agricultura familiar do Rio Grande do Sul.

Conheça (Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas