domingo, 2 de janeiro de 2022

Cinco curiosidades sobre a cachaça no Rio Grande do Sul.

Livro (Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas


Os açorianos No Brasil, a produção da cachaça se inicia com a colonização portuguesa ainda no Século XVI e expande-se no ritmo das conquistas territoriais, mas no Estado do Rio Grande do Sul somente no Século XVIII com a colonização dos Açorianos é que tem início o cultivo da cana-de-açúcar e a sua produção.

Os primeiros engenhos e possivelmente pequenos alambiques chegaram em 1770, trazidos pelos irmãos Manoel e Antônio Nunes Benfica que se instalaram em um local denominado Posto da Guarda, atual município de Santo Antônio da Patrulha. Em 1773, Domingos Fernandes Lima, trouxe mudas de cana-de-açúcar da Ilha da Madeira e  instalou um engenho nas margens da Lagoa da Pinguela na Estância da Serra, no atual município de Osório, onde iniciou a produção da cachaça e outros produtos derivados da cana, como o melado, o açúcar e rapaduras.

 Os alemães A colonização alemã no RS iniciou-se em 1824 e a partir de 1827 os imigrantes protestantes se instalaram em Três Forquilhas e os católicos na Colônia São Pedro, atuais municípios de Torres e Dom Pedro de Alcântara no litoral norte do Estado. Estes aprenderam com os açorianos a cultivar e utilizar a cana de açúcar que se tornou um dos principais cultivos. A destilação da cachaça iniciou-se em 1829 ou 1830 aproveitando a experiência anterior dos alemães na produção de um destilado de batatas denominado schnaps.


Em 1850 a escala de produção já era significativa, com a produção em Três Forquilhas de 91 tonéis e em Colônia São Pedro de 632 tonéis de 500 litros. Nestas duas áreas, a cachaça tornou-se o principal derivado da cana. Atualmente várias marcas gaúchas mantêm as influências destes colonizadores.

Os italianos Em 1875 iniciou-se a colonização italiana no RS e os imigrantes se fixaram em áreas que lembravam geograficamente e no clima o país de origem, nas regiões serranas onde passaram a desenvolver a agricultura, plantar videiras e destilarem a grappa, um derivado do bagaço fermentado da uva. Colônia Nova Milano atual município de Farroupilha, Colônia Conde D’Eu atual Garibaldi e Colônia Nova Isabel atual Bento Gonçalves são os núcleos originais da colonização italiana no RS.

Monumento aos Imigrantes Italianos em Bento Gonçalves/RS.

Logo após a instalação, os imigrantes começaram a desenvolver o cultivo da cana-de-açúcar e com a experiência adquirida na destilação da grappa, a produção de cachaça e outros derivados que se tornaram essenciais nas relações econômicas e de sobrevivência das novas colônias. Os imigrantes italianos desenvolveram muito a tanoaria ao introduzirem no RS os barris conhecidos como bordalesas.

Os tropeiros Os Tropeiros foram os principais responsáveis pelo transporte e distribuição das mercadorias no interior do Brasil durante mais de duzentos anos, do fim do Século XVII até o início do Século XX, aproximadamente de 1695 até 1930. Muitas cidades atuais foram fundadas ao longo dos caminhos das tropas formadas por muares, animais de carga resistentes que percorriam grandes distâncias. Um dos produtos que transportavam era a cachaça distribuída nas estâncias do interior gaúcho e também nas vilas e cidades ao longo dos passos das tropas.

Foto rara dos últimos tropeiros em Palmeiras das Missões/RS.

Alguns tropeiros distribuíam especialmente a cachaça e ficaram famosos pela qualidade e cuidados. Um destes tropeiros foi o gaúcho Bento Albino de Abreu, grande conhecedor das regiões interioranas e das trilhas da serra e do litoral. Em sua homenagem a marca Bento Albino é produzida no Alambique do Espraiado no município de Maquiné/RS.

A Aprodecana e os Alambiques Gaúchos Atualmente, a Associação dos Produtores de Cana de Açúcar e Seus Derivados do Rio Grande do Sul – Aprodecana, é a representante dos produtores gaúchos de todas as regiões do Estado. marca institucional  Alambiques Gaúchos promove a cachaça gaúcha no Brasil e no mercado externo em diversos países como a Alemanha, Canadá, China, Estados Unidos e Inglaterra.


A produção orgânica, em sistema de agricultura familiar torna a cachaça gaúcha um produto regional diferenciado, que utiliza os processos mais modernos ao mesmo tempo em que valoriza os aspectos históricos e culturais das suas origens.

Visite os alambiques gaúchos e conheça a cultura, a história, as tradições, e a qualidade das cachaças e dos produtos da agricultura familiar do Rio Grande do Sul.

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