quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Cachaças gaúchas na 2ª fase do Ranking da Cúpula.

Weber Haus Extra Premium
Saiu o resultado da 1ª fase do Ranking da Cúpula da Cachaça que selecionou as 50 cachaças finalistas. Na primeira fase foram eleitos 200 rótulos através do voto direto de 43.176 participantes pela internet no site específico do evento.

Nesta segunda fase, através de especialistas foram selecionadas as 50 consideradas mais representativas que estão participando da última fase em que será organizado o ranking através de degustação, análise visual, olfativa e sensorial em serão atribuídas notas em uma série pré estabelecida de quesitos. Os especialistas nesta última etapa são os 12 componentes da Cúpula da Cachaça, não saberão as marcas das provas e o Ranking será definido pela média estatística das pontuações atribuídas. A cachaça com maior pontuação será considerada a Cachaça do Ano.

Casa Bucco Carvalho
O Rio Grande do Sul na primeira fase de escolha direta dos internautas teve 19 rótulos indicados e nesta segunda fase os especialistas selecionaram cinco rótulos, 10% das finalistas. Ficou demonstrada nas duas fases a qualidade das cachaças produzidas no RS. Também destacam-se a Weber Haus e a Casa Bucco como cachaças de grande qualidade,  com três e um rótulo respectivamente.

A Leandro Batista também é produção da Weber Haus o que amplia a sua participação e referencia o município de Ivoti/RS como um importante polo de produção no Brasil.

Estas são as cachaças gaúchas selecionadas:

Casa Bucco Envelhecida Carvalho – Bento Gonçalves.

Leandro Batista (Weber Haus) – Ivoti.

Weber Haus Amburana – Ivoti.

Weber Haus Extra Premium Lote 48 – Ivoti.

Weber Haus 7 Madeiras - Ivoti.

Para conhecer todas as cachaças selecionadas na 1ª fase clique aqui.

Para conhecer todas as cachaças selecionadas na 2ª fase clique aqui.

Para conhecer as cachaças gaúchas selecionadas na 1ª fase clique aqui.

sábado, 2 de dezembro de 2017

Cachaças gaúchas na 1ª fase do Ranking da Cúpula.

A primeira fase do 3º Ranking da Cúpula da Cachaça elegeu através do voto direto dos consumidores as 250 cachaças consideradas por estes como as melhores. Foram 43.176 votos no total que destacaram rótulos de 17 Estados e do DF, estando estas cachaças automaticamente selecionadas para a segunda fase do concurso em que especialistas selecionados escolherão as 50 finalistas que serão avaliadas pelos integrantes da Cúpula no último final de semana de janeiro de 2018, na Cachaçaria Macaúva em Analândia/SP. Desta análise visual, olfativa e sensorial será definido o Ranking e escolhida a Cachaça do Ano.

As cachaças do Rio Grande do Sul estão participando com 19 indicações entre as selecionadas na 1ª fase, demonstrando a qualidade das cachaças gaúchas produzidas nas diversas regiões do Estado do RS.

Estas são as cachaças gaúchas classificadas na 1ª fase do Ranking da Cúpula da Cachaça:

Cachaça
Município do RS
Buchmann 12 anos
Presidente Lucena
Casa Bucco Amburana
Bento Gonçalves
Casa Bucco Bálsamo
Bento Gonçalves
Casa Buco Envelhecida Carvalho
Bento Gonçalves
Harmonie Schnaps Amburana
Harmonia
Harmonie Schnaps Blend
Harmonia
Harmonie Schnaps Prata
Harmonia
Leandro Batista (Weber Haus)
Ivoti
Maria João Branca
Santa Rosa
Maria João Envelhecida
Santa Rosa
Maria João Premium
Santa Rosa
Umas e Outras (Weber Haus)
Ivoti
Unser Schnaps Extra Premium
Presidente Lucena
Unser Schnaps Prata
Presidente Lucena
Velho Pescador (Weber Haus)
Ivoti
Weber Haus 7 Madeiras
Ivoti
Weber Haus Amburana
Ivoti
Weber Haus Bálsamo
Ivoti
Weber Haus Extra Premium Lote 48
Ivoti

Para conhecer a relação completa das 250 cachaças classificadas clique aqui.

Para conhecer os 40 especialistas (nenhum do RS) que definirão as 50 cachaças que participarão do 3º Ranking da Cúpula da Cachaça clique aqui.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Confrarias da Cachaça encontram-se no Velho Alambique.

Confrarias da Cachaça em Santa Tereza/RS.
A Cachaçaria Velho Alambique localizada no vale do Rio Taquari em Santa Tereza/RS, foi o local escolhido para o 1º Encontro das Confrarias da Cachaça no dia 18/11/2017. Participaram as confrarias das Regiões Sul e Sudeste, com destaque para a mais antiga do Brasil, a Confraria do Copo Furado do Rio de Janeiro, a Confraria Paulista, a Confraria Paranaense, a Confraria do Rio Grande do Sul, a Confraria de Porto Alegre, produtores de cachaça do RS como a Casa Bucco, Harmonie Schnaps e Weber Haus, a Tanoaria Mesacaza, mestres alambiqueiros, técnicos de produção, a imprensa gaúcha e regional e autoridades municipais.

E claro, o blog RS no alambique que traz este artigo exclusivo sobre o evento.

A programação contou pela manhã com destilação simultânea com o mesmo vinho nos dois alambiques instalados, sendo um de aço inoxidável e o outro de cobre, uma sugestão de José Alberto Kede da Confraria do Copo Furado, reconhecido especialista em cachaças. A degustação das cachaças Velho Alambique, A Locomotiva e Cenário aconteceu durante toda a manhã acompanhadas de petiscos, aperitivos e águas minerais do RS.

Ao meio dia o almoço, um típico costelão gaúcho acompanhado de saladas e pães caseiros e claro, cachaça. A sobremesa com frutas e doces com receitas da região foi outra atração que harmonizou muito bem com a Velho Alambique amburana, recentemente premiada no Festival de Bruxelas com a Medalha de Prata. Sem dúvida, foi uma oportunidade única de conhecer a gastronomia gaúcha e regional e sua harmonização com cachaças produzidas neste Estado.

Unidos Beberemos! Sozinhos também!

Os pronunciamentos das confrarias foram no sentido da importância da integração, da ampliação dos conhecimentos sobre a cachaça e da participação, inclusive das mulheres na divulgação e consumo da nossa bebida nacional. Lembrou-se também a importância da cachaça na agricultura familiar e nas economias locais e regionais. José Alberto Kede da Confraria do Copo Furado enfatizou a qualidade das cachaças gaúchas e as diversas premiações recebidas também foram lembradas pelos produtores presentes. O prefeito de Santa Tereza em seu pronunciamento destacou a importância da cachaça no contexto do município que é Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, sendo a cachaça um dos atrativos turísticos locais e de todo o vale do Rio Taquari.

Produtores do RS: Leandro (Harmonie Schnaps), Ivandro Remus (Velho Alambique), Marcelo Pelisson (Dep. Comercial Weber Haus) e Moacir Menegotto (Casa Buco).

O 2º Encontro das Confrarias será em Curitiba no Paraná, no próximo ano em data ainda a ser confirmada. O anfitrião será Orlando Regui da Confraria Paranaense da Cachaça e proprietário da Regui Brasil Cachaças.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Confrarias da cachaça realizam encontro em Santa Tereza/RS.

Cachaças Velho Alambique e A Locomotiva.
Confirmado o 1º Encontro das Confrarias da Cachaça, dia 18 de novembro de 2017, na Cachaçaria Velho Alambique em Santa Tereza no Rio Grande do Sul. O evento que reunirá apreciadores de várias partes do Brasil está com presença confirmada da confraria gaúcha, confraria paulista, confraria paranaense, confraria do Rio de Janeiro e Confraria do Copo Furado, esta última a mais antiga do país em atividade desde 1994.

Em contato com Ivandro Remus, produtor das cachaças Velho Alambique, A Locomotiva e Cenário, que será o anfitrião do encontro, nos informou que outros produtores do RS também estarão presentes como a Casa Buco de Bento Gonçalves, Harmonie Schnaps de Harmonia e Weber Haus de Ivoti. A Tanoaria Mesacaza situada em Monte Belo do Sul e uma das referências nesta arte também participará do encontro.

A programação prevê na parte da manhã a destilação simultânea nos dois alambiques instalados, de cobre e aço inoxidável, ao meio dia o almoço terá como prato principal um costelão gaúcho e claro, muita cachaça e cultura para todos os participantes, que prosseguirá durante a tarde. Ivandro Remus nos garantiu que todos serão muito bem vindos ao RS e ao belo município de Santa Tereza no Vale do rio Taquari-Antas na Serra Gaúcha.

Vale do Ri Taquari, cenário do 1º Encontro das Confrarias da Cachaça.

O editor do blog RS no alambique está convidado para o encontro e estará presente para registrar o acontecimento que será divulgado em detalhes.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

1º Encontro das Confrarias da Cachaça em Santa Tereza/RS.

Santa Tereza, Rio Grande do Sul, Brasil.
Santa Tereza é um município do Rio Grande do Sul localizado no Vale do Rio Taquari-Antas na Serra Gaúcha, considerada patrimônio histórico e artístico nacional, é um dos polos originais da colonização italiana no RS. Com muitas belezas naturais e arquitetônicas, economia diversificada com base na agricultura familiar, comércio, produção de artesanato em madeiras, uvas e vinhos, também tem na cachaça um dos seus principais produtos.

Neste pequeno e belo município do RS são produzidas pela família Remus as cachaças Velho Alambique, Cenário que homenageia as belezas naturais locais e A Locomotiva, esta última uma homenagem à linha férrea que passa na frente do alambique e que inspirou a criação da marca. Estas cachaças são reconhecidas no Brasil e também internacionalmente, sendo a Velho Alambique premiada com a Medalha de Prata no Concurso Mundial de Bruxelas, o maior evento mundial de bebidas destiladas.

É neste belo cenário natural e cultural que será realizado o 1º Encontro Nacional de Confrarias da Cachaça no dia 18 de novembro de 2017. O anfitrião do encontro, Ivandro Remus, receberá os convidados com uma demonstração na parte da manhã da destilação em seus alambiques de inoxidável e cobre, este último recentemente instalado. A sugestão de destilar simultaneamente nos dois alambiques foi uma sugestão de José Alberto Kede da Confraria Copo Furado, um especialista reconhecido em cachaças. Ao meio dia um costelão gaúcho será o prato principal sempre com muita cachaça e cultura que prosseguirá durante a tarde.


Ivandro Remus na cachaçaria Velho Alambique.

Confirmaram presença a Confraria Gaúcha da Cachaça, a Confraria Paranaense da Cachaça, a Confraria Paulista da Cachaça e a Confraria do Copo furado fundada em 1994 e primeira do Brasil. Ivandro Remus garante que não faltará cachaça para todos os participantes “antes, durante e depois” e que todos serão muito bem vindos ao Velho Alambique em Santa Tereza/RS.

Para saber mais sobre a cachaça no Rio Grande do Sul clique aqui.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Costela gaúcha com cachaça.

Costela com cachaça: prato da culinária gaúcha.

A culinária gaúcha tem várias características próprias, desde o tradicional churrasco assado em fogo de chão, herança cultural dos primeiros colonizadores, ao charque que teve importância econômica fundamental na economia primitiva do estado, além de pratos típicos trazidos e adaptados pelos colonizadores açorianos, alemães, italianos e poloneses.

A cachaça sempre foi parte importante da gastronomia e da cultura gaúcha, utilizada sozinha ou como acompanhamento, na preparação de pratos típicos ou adaptados, salgados ou sobremesas.

Valorizando esta tradição do uso da cachaça na culinária gaúcha publicamos esta receita da tradicional costela gaúcha utilizando a cachaça em sua preparação.

Ingredientes:

- 2 kg de costela bovina com matambre;

- 200 ml de cachaça de alambique branca;

- Sal grosso para churrasco.

Modo de preparo:

Coloque a costela em um recipiente e de forma homogênea umedeça com a cachaça, após salgue com o sal grosso e deixe marinar por 20 minutos. Asse lentamente por aproximadamente duas horas em uma churrasqueira com fogo brando e constante.

Para assar utilizam-se espetos na forma gaúcha tradicional de preparo ou uma grelha. É importante também que os ossos fiquem voltados para o fogo e cuidados especiais para que asse de forma homogênea.

Como aperitivo e para acompanhar a refeição, cachaças gaúchas pratas ou envelhecidas em amburana, carvalho ou grápia.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Casa Bucco - Bento Gonçalves/RS.

Acesso da Casa Bucco em Bento Gonçalves/RS.
A Casa Bucco em atividade desde 1925 está localizada no Vale do Rio das Antas no município gaúcho de Bento Gonçalves. É um empreendimento familiar de descendentes de imigrantes italianos de Udne, norte da Itália, onde produziam grappa. A Casa Bucco produz diversas cachaças reconhecidas pela qualidade, com várias premiações nacionais e internacionais, além de licores, brandy e grappa. A produção de cana e de uvas é própria e orgânica, a destilação realizada em um alambique do tipo charantês com 500 litros de capacidade, mesmo modelo utilizado tradicionalmente para a produção das melhores grappas e conhaques europeus.

O envelhecimento das cachaças é realizado em barris de carvalho com 200 litros e de bálsamo e amburana com 700 litros. A cachaça extra premium é envelhecida 12 anos em carvalho, assim como o brandy também envelhecido 12 anos em carvalho. A grappa, além da tradicional, é armazenada em carvalho, o que agrega características peculiares ao produto, com paladar e aromas diferenciados e muito agradáveis. A linha completa da Casa Bucco tem 30 produtos entre cachaças, licores, brandy e grappa. As cachaças, além da marca tradicional da Casa Buco, também possui as marcas Calor Brasilis, Giacomelli e Velho Ernesto.

Moacir Menegotto, proprietário com sua família da Casa Bucco, foram destacou alguns aspectos, como a existência de micro climas locais no vale do Rio das Antas e Taquari, possibilitando o cultivo da cana e de outras plantas tropicais nesta região. A formação de neblina impede as geadas durante o inverno o que viabiliza o cultivo desta gramínea no sul do país que tem o fim do seu ciclo e colheita durante este período de frio, ao contrário das regiões quentes, onde a colheita acontece com a estiagem.  Uma característica da cana gaúcha é um teor de açúcar em torno de 15% a 20% maior que nas áreas quentes, com uma distribuição homogênea deste açúcar nos colmos da cana.

No quintal da Casa Bucco em Bento Gonçalves/RS.

Com relação à qualidade das cachaças gaúchas, embora não se possa atribuir exclusivamente às características do solo e variedades de canas da região, com certeza as boas práticas de cultivo, colheita, fermentação, destilação e armazenamento fazem muita diferença, evidenciando-se esta nos muitos prêmios nacionais e internacionais recebidos pelos alambiques gaúchos, sendo estas premiações proporcionalmente superiores às demais regiões do país, tornando os produtos gaúchos referência de qualidade e valorizando a produção familiar do RS, base da produção de cachaças e destilados no Estado. 

Os produtos da Casa Bucco são orgânicos reconhecidos através da certificação participativa, em que os produtores fazem parte de um Organismo Participativo de Avaliação de Conformidade Orgânica – OPAC, legalmente constituído e são coletivamente responsáveis pela conformidade das práticas adequadas durante o ciclo de produção. Neste sentido, não são utilizados agroquímicos durante o cultivo e os cuidados levam em consideração até mesmo a qualidade do fermento utilizado, optando-se pelos naturais. Os resíduos são utilizados na manutenção e recuperação da fertilidade dos solos, passando por tratamento adequado antes da utilização ou descarte, em absoluta conformidade com a legislação e o regramento específico aplicável.


A Casa Bucco, além de referência na produção de cachaças e destilados de qualidade, também possui uma pousada em que os visitantes podem se hospedar e observarem a bela paisagem da serra gaúcha. A propriedade também possui uma trilha com vários atrativos como túneis, cascatas e viadutos da antiga linha férrea que passava pelo local.

Visite os alambiques do Rio Grande do Sul e conheça a qualidade e a tradição dos produtos da agricultura familiar gaúcha.

sábado, 9 de setembro de 2017

13 de setembro: Dia da Cachaça.


A cachaça, bebida genuinamente brasileira e que há cinco séculos acompanha as histórias, revoltas, dores, amores e sonhos do nosso povo, têm um dia para chamar de seu: 13 de setembro. Nesta data em 1661 foi legalizada a produção de cachaça no Brasil, após uma revolta popular contra os colonizadores portugueses que em 1649 proibiram a cachaça como protecionismo dos seus vinhos e da bagaceira, uma bebida destilada de uvas. Esse episódio conhecido como a Revolta da Cachaça é um dos primeiros movimentos do Brasil contra as autoridades portuguesas, seus desmandos e leis centralizadas nos interesses coloniais.

O Dia da Cachaça é comemorado desde 2009 quando os produtores e o Instituto Brasileiro da Cachaça – IBRAC instituíram esta data como referência durante a Expocachaça, feira nacional realizada anualmente em Belo Horizonte/MG. Em 2010 a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados oficializou a data. No Brasil são aproximadamente quarenta mil produtores e mais de quatro mil marcas, sendo 99% micro ou pequenos produtores com base na agricultura familiar. A cadeia produtiva da cachaça gera seiscentos mil empregos e o mercado consumidor predominante é interno, com apenas 1% do volume exportado, sendo a Alemanha o principal importador.

Cachaça 100% Brasil.

- O Brasil produz 1,8 bilhões de litros de cachaça anualmente.

- A cachaça tem entre 38 e 48 em volume de graduação alcoólica. Isto está definido no artigo 53 do Decreto 6.871/2009 que dispõe sobre a padronização, classificação, registro, inspeção, produção e fiscalização das bebidas no Brasil.

- Podem ser adicionadas até seis gramas de açúcar por litro para correção do mosto da cana. As cachaças que tem mais de seis e até trinta gramas de açúcar por litro são denominadas adoçadas.

- É exportado somente 1% do volume produzido, o restante é consumido dentro do país.

- A Alemanha é o principal importador com 30% do volume, mas atualmente existem exportações da cachaça para 60 países.

- O envelhecimento da cachaça pode ser realizado em diversas madeiras. É a única bebida com esta característica sendo que atualmente são aproximadamente 30 variedades de madeiras utilizadas.

- Algumas madeiras: amburana, amendoim do campo, bálsamo, carvalho, castanheira, freijó, grápia, ipê, jatobá, jequitibá, jaqueira e outras.

- O armazenamento e descanso das cachaças brancas que não passam por madeiras são realizados em tonéis de inox.

- Estados produtores importantes: Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco e Ceará. Estes são os principais, mas em todos os Estados brasileiros existe produção de cachaça.

- A cachaça é considerada produto e patrimônio cultural do Brasil.

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

A cachaça no Rio Grande do Sul.

Cachaças gaúchas. Foto - Aprodecana.

A produção de cachaças no Estado do Rio Grande do Sul tem alguns aspectos diferentes em relação ao restante do Brasil. Enquanto nos outros Estados e regiões a produção inicia-se praticamente com a colonização e a introdução da cana de açúcar pelos portugueses e expande-se no ritmo da conquista territorial, no RS esta cultura é introduzida no século XVIII com a imigração dos açorianos que trouxeram as primeiras mudas.

Em 1770 os primeiros engenhos e possivelmente também os alambiques foram instalados pelos irmãos Manoel e Antônio Nunes Benfica, naturais da Freguesia de Nossa Senhora do Amparo de Benfica, do patriarcado de Lisboa em Portugal, que se fixaram no local então denominado Posto da Guarda, atualmente o município de Santo Antonio da Patrulha. Em 1773, Domingos Fernandes Lima, natural da Ilha da Madeira trouxe mudas de cana desta ilha e instalou um engenho nas margens da Lagoa Pinguela na Estância da Serra, hoje município de Osório.

Alemães e italianos - Com a colonização alemã e italiana no século XIX, estes também iniciam o cultivo da cana e a produção dos seus derivados como o açúcar, o melaço, a rapadura e a cachaça, aproveitando a experiência anterior dos imigrantes na produção de bebidas destiladas em seus países de origem. Os alemães do schnapps, um destilado produzido principalmente de batatas e os italianos da grappa derivada do bagaço da uva.

A colonização alemã no RS iniciou-se em 1824 e a partir de 1827 os protestantes se estabelecem na Colônia Três Forquilhas e em 1828 os católicos na Colônia São Pedro, atualmente os municípios de Torres e Dom Pedro de Alcântara no Litoral norte gaúcho. A atividade principal de ambas as colônias era a agricultura e a cana-de-açúcar tornou-se rapidamente um dos principais produtos, aprendendo com os açorianos o seu cultivo, a manufatura dos seus produtos e a destilação da cachaça, que nos próximos anos tornou-se o principal produto destas colônias.

A produção de cachaça nestas colônias deve ter iniciado em 1829 ou 1830 e já em 1850 além de 814.000 rapaduras, de cachaça foram produzidas em Três Forquilhas 91 pipas e em São Pedro 632 pipas de 500 litros. Em Santo Antonio da Patrulha predominava a produção de rapadura e açúcar, mas em Osório e Torres a cachaça era o principal produto oriundo da cana. Duas cachaças atualmente produzidas no Rio Grande do Sul por descendentes de alemães são a Weber Haus em Ivoti e a Harmonie Schnaps em Harmonia.

A partir de 1875 a colonização italiana se instalou na região serrana do RS, originalmente na Colônia Nova Milano, atual município de Farroupilha, Colônia Conde D’Eu, atual município de Garibaldi e Colônia Dona Isabel, atual município de Bento Gonçalves. Também tinham como principal atividade a agricultura e a produção de uvas além dos vinhos possibilitavam a destilação do bagaço e a produção de graspa ou grappa. Em breve estes imigrantes também começaram a plantar cana de açúcar e a destilarem a cachaça em seus alambiques. As cachaças Velho Alambique e Casa Bucco são produzidas por descendentes dos italianos no Vale do Rio Taquari/Antas em Santa Tereza e Bento Gonçalves respectivamente.

O Movimento Tropeiro – Os tropeiros foram os responsáveis pelo transporte e distribuição de mercadorias no interior do país desde o fim do século XVII até o início do século XX, de 1695 até os anos 30 do século passado. No Rio Grande do Sul também foram essenciais na distribuição, trocas e abastecimento de produtos internos e externos ao território. Um dos produtos transportados era a cachaça com origem nas colônias alemãs e mais tarde as italianas que eram consumidas pelos povoadores dos caminhos das tropas, nas áreas rurais, mas também nas vilas e cidades que se formaram nos pousos e ranchos utilizados pelos tropeiros que consumiam moderadamente a cachaça, especialmente para combater o frio.

A cachaça era tão importante que alguns tropeiros dedicavam-se especialmente à distribuição desta mercadoria e ficaram famosos pela qualidade das cachaças transportadas que nessa época era utilizada não apenas para o consumo como bebida alcoólica, mas como medicamento para várias doenças e situações do dia a dia dos colonizadores do interior do país e do Estado, inclusive nas estâncias de criação de gado onde era muito valorizada e consumida.

Uma cachaça gaúcha que tem histórico relacionado ao tropeirismo é a Bento Albino produzida em Maquiné/RS. A marca é uma homenagem ao tropeiro Bento Albino de Abreu  que transportava esta mercadoria e tinha profundo zelo pela qualidade das cachaças que adquiria e distribuía pelo interior do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, tornando-se famoso e recebendo esta homenagem do criador da marca que é seu filho.

Logomarca da Aprodecana.
Panorama da cachaça no RS

Atualmente, a Associação dos Produtores de Cana-de-Açúcar e Seus Derivados no Estado do Rio Grande do Sul – Aprodecana, é a representante legal deste segmento. Atua desde 1999 como entidade que congrega a marca institucional Alambiques Gaúchos que promove a cachaça do Rio Grande do Sul, no Brasil e no exterior. Todos os associados têm seus alambiques e marcas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, condição essencial para a legalidade da produção e da comercialização.

O trabalho das marcas gaúchas e suas atividades individuais para atraírem os consumidores também são fundamentais para o aprimoramento da qualidade e da divulgação das cachaças do RS. Além do mercado interno, fundamentais para consolidar as marcas e produtos, alguns empreendimentos focam nos mercados europeus, chinês e dos EUA, aliando a produção de qualidade e a condição de cachaças orgânicas, com certificação participativa e características marcantes como produtos regionais diferenciados que dialogam com os processos mais modernos ao mesmo tempo em que mantém inalterados os aspectos históricos, culturais e familiares da produção de cachaças de qualidade do RS.

Visite os alambiques gaúchos e conheça a história, a tradição e a qualidade das cachaças, da agricultura familiar e dos produtos tradicionais do Rio Grande do Sul.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Cachaças transgênicas?

No Brasil são cultivadas e pesquisadas muitas variedades da cana de açúcar – no site da Embrapa estão listadas 116 - com investimentos de várias instituições – Planalsucar, Ridesa, Copersucar, IAC, CTC, Embrapa - para o aprimoramento de diversas características desejáveis a esta cultura em relação aos solos, maturação, mecanização de colheitas, transporte, brotação das socas, fechamento das entrelinhas, suscetibilidades às doenças, sensibilidades aos herbicidas, florescimento, tolerância às secas e exigências de recursos hídricos, porcentagem de açúcares, produção de açúcar e álcool e também na produção da cachaça, bebida genuinamente brasileira fabricada há 500 anos com base nas diversas variedades adaptadas às diferentes regiões do país nos diversos períodos históricos.

Para a produção de cachaças, principalmente as de alambique, não são todas as variedades que são utilizáveis, sendo necessário o equilíbrio entre o nível de açúcar, os redutores, o PH que mede a acidez e alcalinidade e outros fatores que influenciam diretamente na qualidade final. As principais variedades utilizadas são SP 765418, SP 791011, SP 801842, RB 72454 e RB 765418, mas os plantios têm características distintas de acordo com as regiões e os diferentes produtores. Por exemplo, em Salinas/MG, a principal variedade cultivada é a hibrida SP 765418. No Rio Grande do Sul são cultivadas variedades produzidas quase que exclusivamente por agricultores familiares e para a produção de cachaças, a maioria dos produtores utiliza variedades crioulas, ou seja, com origem nas próprias regiões e resultados de cruzamentos e aprimoramentos genéticos realizados pelos próprios agricultores em cultivos orgânicos adequados aos solos gaúchos.

Canavial orgânico da Weber Haus em Ivoti/RS.

As variedades foram desenvolvidas através de melhoramentos genéticos por cruzamentos e hibridização aprimorando as diversas características importantes para a produção do açúcar, do melado e da cachaça, principais produtos do cultivo da cana de açúcar. A Embrapa orienta os produtores a cultivarem mais de uma variedade, prevenindo desta forma doenças e parasitas específicos. 

Recentemente, A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio aprovou o plantio de variedades de cana de açúcar geneticamente modificadas, tornando o Brasil o primeiro país a permitir este cultivo. A inserção de uma toxina que impede o desenvolvimento da lagarta Diatraea saccharalis conhecida como broca da cana, considerada a principal praga desta cultura, pretende eliminar o desenvolvimento deste parasita. A técnica é a mesma utilizada em outras culturas como o milho, a soja e o algodão. No entanto, há uma diferença acentuada, pois a toxina inserida no gene cry 1AB é vinte vezes mais venenosa de acordo com informações dos fabricantes. Também inexistiram discussões científicas e debates nacionais, inclusive com os produtores e consumidores.

Os representantes do Ministério do Meio Ambiente e da agricultura familiar votaram contra a liberação e apontaram falta de estudos dos impactos ambientais e na saúde humana como os motivos da contrariedade. Por exemplo, quais os efeitos tóxicos sobre outros organismos vivos, sobre os animais e os seres humanos que consumirem a cana in natura? E sobre os micros organismos nos solos? E sobre as variedades não modificadas geneticamente, quais os efeitos dos cruzamentos naturais com estas variedades transgênicas? E sobre os cultivos orgânicos utilizados na produção de cachaças? A cana de açúcar é uma espécie alógama de fecundação cruzada, significando que em caso de contato, as plantas convencionais serão contaminadas geneticamente. Portanto, estes cruzamentos podem levar ao desaparecimento de variedades orgânicas e crioulas e até inviabilizarem a produção de açúcar, melado e cachaças que buscam a diferenciação através de produtos de qualidade, sem a utilização de tecnologias agressivas à saúde e ao meio ambiente.

É indispensável que os produtores que dependem da produção orgânica e que utilizam variedades crioulas da cana de açúcar fiquem atentos e iniciem um debate sério com suas organizações representativas e inclusive com os consumidores dos seus produtos, pois a introdução de variedades geneticamente modificadas pode contaminar suas plantações e inviabilizar estes cultivos, bastando para isto a proximidade dos plantios ou a introdução involuntária de algumas plantas nos cultivos.

Cachaça transgênica não! 


Referências:

- Cana de açúcar – Variedades. Agência Embrapa de Informação tecnológica. Disponível em:  http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de acucar/arvore/CONTAG01_42_1110200717570.html. Acesso em: 09 jul. 2017.

- Cana de açúcar transgênica: quanto é uma ameaça à saúde pública e ao meio ambiente? Nagib Nassar. Disponível em: https://www.ecodebate.com.br/2017/07/07/cana-de-acucar-transgenica-quanto-e-uma-ameaca-saude-publica-e-ao-meio-ambiente-artigo-de-nagib-nassar/. Acesso em 09 jul. 2017.

- Tipos de cana de açúcar utilizados na cachaça. Procuradores da Cachaça. Disponível em: https://procuradoresdacachaca.wordpress.com/2014/06/05/tipos-de-cana-de-acucar-usados-na-cachaca/. Acesso em: 11 jul. 2017.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Cachaça, sabor de História.

Foto: Almanaque Cultural Brasileiro
O fato reconhecido de que a cachaça é uma bebida genuinamente brasileira e que há quinhentos anos faz parte das nossas culturas e tradições já é suficiente para demonstrar a importância que possui na identidade nacional. Mais que uma bebida para alegrar e aquecer os dias, noites e invernos das serras, campos, florestas, sertões e mares brasileiros, a cachaça participou ativamente como protagonista ao lado de muitos personagens e heróis, reconhecidos ou anônimos, que fizeram e continuam fazendo a nossa História.

O anônimo que no outro lado do Oceano Atlântico embarcou um alambique que destilou pela primeira vez o caldo da cana-de-açúcar em nosso território, é um herói nacional. Deveriam ter estátuas nas praças para este nosso antepassado desconhecido. Um personagem mais importante que muitos reconhecidos, mudou a nossa História, imaginem o Brasil sem cachaça...!

E quantas dores, traumas e feridas do corpo e da alma foram amenizadas, combatidas e às vezes vencidas com alguns tragos, infusões, misturas, inalações e massagens quando o único remédio disponível fosse para a sabedoria popular ou a medicina tradicional era a Aguardente da Terra, primeiro nome da cachaça, receitada durante séculos para várias doenças como sarampo, gripes e mesmo a varíola, uma doença muito grave, temida e letal. 

A nossa caipirinha nasceu para combater a Gripe Espanhola em 1918 e era feita com cachaça, limão e mel. Esta é a versão mais aceita porque outras dizem que foi criada pelos fazendeiros paulistas e era servida nas festas da grã-finagem como alternativa aos uísques e vinhos importados... ou pelos marinheiros que passavam pelo Rio de Janeiro e misturavam limão na cachaça para combater o escorbuto. Há ainda uma quarta versão que afirma que foi criada em Parati no RJ para combater o cansaço e a malária dos trabalhadores que faziam a Estrada Real... Cachaça também é lenda!

E quando foi proibida sua produção em 1647 para proteger os vinhos e a aguardente portuguesa conhecida como bagaceira, sua destilação continuou clandestina nos engenhos e mesmo com o decreto de destruição dos alambiques da colônia e navios de transporte em 1659, ela resistiu e estimulou a Revolta da Cachaça em 1660 no Rio de Janeiro, contra os impostos cobrados localmente e a sua proibição no resto do país. Mesmo que sua produção tenha sido liberada somente em 1695, nunca se deixou de produzir e consumir cachaça no Brasil Colônia. “O comércio local... continuava vedado, mas a repressão era nula, contando até com a participação das autoridades, João da Silva e Souza que governou o Rio de 1670 a 75, era o principal contrabandista”. Wikipedia.

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E as rebeldias e lutas por liberdade dos escravos eram também estimuladas pela cachaça que certamente continuava sendo produzida ou contrabandeada em alguns quilombos mais estáveis, incentivando a resistência aos capitães do mato em suas incursões. Que por sua vez também tomavam cachaça como estimulante.

Com a expulsão dos Jesuítas em 1759, até então responsáveis pela educação no país foi o “Subsídio Literário” de 1.500 réis para cada 30 litros de cachaça que garantiu parte dos recursos para a implantação das instituições públicas de ensino, imposto cobrado até 1831. Na Inconfidência Mineira em 1789, a cachaça foi símbolo que unificava os revoltosos que a consumiam em suas reuniões secretas e conta-se que Tiradentes antes da execução pediu para tomar um trago, um ato cheio de simbolismo que continuou justificando as lutas pela independência e pela liberdade do nosso país.

Em 1910, na Revolta da Chibata em que o “Almirante Negro”, o marinheiro gaúcho João Cândido liderou os amotinados, a cachaça foi rainha dos rebeldes que se solidarizaram com o colega Marcelino Rodrigues, condenado a 250 chibatadas, dez vezes mais que a condenação máxima, por tentar embarcar com duas garrafas de cachaça e não aceitar o confisco destas, ferir um cabo e ser preso em argolas de ferro. Foi demais: “Glória aos piratas, às mulatas, às sereias. Glória à farofa, à cachaça, às baleias. Glória a todas as lutas inglórias que através da nossa história não esquecemos jamais.” Aldir Blanc.

Também os tropeiros que a transportavam e distribuíam (e certamente consumiam) ao longo das estradas e passos das tropas, foram fundamentais para a construção da identidade nacional da nossa cachaça, para a unidade do nosso território e a afirmação de muitas das nossas especificidades culturais.

E precisam ser lembrados os imigrantes alemães, italianos e poloneses no sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, que aproveitaram a produção local de cana já implantada pelos açorianos e de forma praticamente autônoma começaram a destilar a cachaça, originando atualmente produtos de qualidade superior e com personalidade própria, marcas diversificadas, reconhecidas e premiadas internacionalmente.

Por isso, quando se bebe cachaça presta-se uma homenagem ao nosso povo, nossos costumes, culturas e formas de viver do nosso país. Beber cachaça é valorizar nossa História, tradições, festas populares, culinária e tudo aquilo que é exclusivo deste povo miscigenado que tem na cachaça uma das principais fontes de sua identidade comum.


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